PAVOROSO INCÊNDIO

Echo do Sul, 12 de março de 1912. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 Um dos grandes medos que os moradores das cidades viviam era dos incêndios. Cidades comerciais que tinham grandes estoques de produtos em suas lojas ou depósitos tinham um risco maior destas fatalidades. Era o caso da cidade do Rio Grande cujo porto marítimo estava a poucos metros do epicentro comercial da urbe. Em especial, as ruas Riachuelo, Marechal Floriano e General Bacelar. 

Este grande incêndio ocorrido em 12 de março de 1912 atingiu a esquina das Ruas dos Andradas com General Bacelar. O sinistro iniciou no térreo de um prédio conhecido popularmente por abrigar a antiga casa comercial Flor dos Vizinhos e que cuja razão social naquele momento era Casa Mattos, um armazém de secos e molhados/bar onde o fogo começou no escritório. Não havia uma "secção de bombeiros exercitada e aparelhada convenientemente". Faltou água e outros problemas ocorreram, mas o esforço foi enorme para conter as chamas que chegaram ao andar superior onde funcionava o clube Congresso Português D. Luiz I. O prédio ruiu destruindo tudo o que havia em seu interior. No Congresso Português a biblioteca era constituída por obras raras, jornais e revistas. Nada restou. Casas comerciais e residenciais do entorno sofreram pesadas perdas inclusive a tradicional Casa Martensen e a residência do dr. Belmiro Pêgas. As paredes ficaram na eminência de desabamento causando grande transtorno num dos pontos mais movimentados que hoje constitui o calçadão.