Porto do Rio Grande em 1908

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segunda-feira, 14 de março de 2022

HÁ 60 ANOS

Charge mostrando Krushev e Kennedy na queda de braço nuclear. 

 Há 60 anos ocorreu a crise dos mísseis em Cuba! Era o ano de 1962... 

Foi um período de muita tensão pela possibilidade de ocorrer um conflito nuclear.

 Fidel e Che Guevara abraçaram a ideia de instalar mísseis com ogivas nucleares soviéticas em território cubano para serem lançados, quando e se necessário, sobre cidades norte-americanas. Nikita Kruschev autorizou a montagem da base de lançamentos e o envio dos mísseis por navio foi detido pela Marinha Americana num dos momentos mais próximos do fim dos tempos na história da humanidade. 

Mesmo esta conjuntura apresentou um senso crítico de Kruschev em fazer um recuo estratégico em troca de retirada de mísseis americanos na Turquia. 

Daquela vez a humanidade se safou de experimentar um conflito nuclear. 

Seis décadas depois a insanidade voltou aos holofotes num cenário bem mais grave. Em apenas 16 dias da invasão da Rússia na Ucrânia, a mando de Vladimir Putin, já foram proferidos mais despropérios do que nos últimos milênios.

  Por maior que fossem as ofensas e ameaças, nas guerras anteriores ao uso da energia atômica, o poder de destruição era limitado geograficamente. Tudo mudou desde Hiroshima.

 Atualmente, um ditador pode iniciar algo que terminará num desastre para todos. Nesta direção, parece que a porta do hospício Arkhan foi aberta e está difícil de conduzir  uma reflexão ponderada. Em que ponto a psicopatia está no comando? 

Hoje ocorreu um ataque russo a uma base militar de uma cidade próxima a fronteira com a Polônia. Um erro (ou acerto proposital...) de mais alguns quilômetros em que um míssil de cruzeiro alvejasse a outra linha da fronteira e poderíamos iniciar a Terceira Guerra Mundial. 

A ameaça nuclear é o último impropério a ser emitido num discurso! E foi repetido várias vezes por integrantes diplomáticos do governo Putin.  A tensão que isto gera nos responsáveis pelo lançamento das ogivas é extremamento danoso ao estado psíquico. Erros humanos podem acontecer. Mas não devem!

Ou será que a insanidade do ditador já não tem mais qualquer referencial e realmente ele pensa nesta possibilidade? Certamente não é o que cogita a maioria esmagadora do povo russo que está sendo arrastado numa aventura escatológica.  

Certamente, há motivações geopolíticas para críticas de Putin como é o caso da presença da OTAN em países próximos; a aproximação da Ucrânia do Ocidente; o ódio inato das liberdades democráticas ocidentais que conduzem as dificuldades em concentração de poder ilimitado num governante; a carência psíquica pelo falecimento da União Soviética que precisa ser revivida etc. Muitos fatores são reais neste contexto, porém, nada justifica a linguagem do uso de armas nucleares. 

60 anos depois a humanidade passa por um cenário sombrio, que já se constitui num crime, devido às ações ainda se fazerem dentro dos quadros da pandemia vigente e de todo o sacrifício humano e econômico gerado. 

Persistem grandes desafios diplomáticos em que é preciso puxar a corda sem que esta arrebente. No enfraquecimento do juízo que pelo menos o mundo tenha sorte. 

  

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