Iluminação do Club Saca Rolhas em 1922. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Das maiores dificuldades para as municipalidades era iluminar as ruas e praças das cidades durante a noite. A insegurança para o deslocamento dos moradores era um fator real devido a escuridão que envolvia mesmo os centros urbanos mais destacados.
A luz à gás trouxe grandes avanços, mas, a energia elétrica propiciou um salto técnico muito maior pela ampliação da iluminação nas ruas e nos cômodos das casas e pelo grande números de aparelhos que passam a ser produzidos para uso doméstico e industrial.
O jornal Echo do Sul do dia 3 de fevereiro de 1908, informa que a luz elétrica começou a ser fornecida em Rio Grande no dia 1 de fevereiro. A matéria mostra a exaltação pelo acontecimento:
"Luz elétrica - Inauguração Oficial - O Banquete. Às 7 e meia horas de ante-ontem começou na usina de eletricidade local a cerimônia de inauguração oficial da iluminação pública a luz elétrica. Ao ato compareceram representantes de várias classes sociais, inclusive da imprensa, autoridades civis e banda musical do 13 Batalhão de Infantaria. (...) fez-se a iluminação das ruas Marechal Floriano e Riachuelo, bem como das praças General Telles, Tamandaré, da Caridade e 7 de Setembro. Isso se deu as 8 e meia da noite, quando todos esses pontos estavam repletos de povo, inclusive de exmas. famílias. As bandas musicais do 13 Batalhão, Gioachino Rossini, Duas Coroas e União Musical tocaram alternadamente na praça General Telles, percorrendo também as principais ruas da cidade. Ao fazer-se a luz elétrica e de espaço a espaço subiram ao ar fartas girândolas de foguetes. Até cerca de meia-noite foi grande o movimento pelas ruas, reinando absoluta ordem e muita alegria (...) Às 9 horas da noite, no Hotel Paris, teve princípio o banquete oferecido pela Casa Guinle & Cia, para comemorar o auspicioso fato da entrega das instalações de que se incumbiram a Companhia Rio-Grandense de Iluminação à Luz Elétrica".
Conforme o Echo do Sul este "acontecimento é digno de nota na vida evolutiva do Rio Grande".
115 anos depois, posso afirmar que o jornal estava plenamente correto em sua avaliação.
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