Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 13 de julho de 2021

O PEIXEIRO E A BRUXA


Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 O primeiro jornal de Rio Grande que pesquisei foi O Peixeiro. Busquei a abordagem do periódico no ano de 1968 e as possíveis discussões sobre contracultura e conjuntura política. Fiz uma palestra com base na pesquisa. 

O Peixeiro, um jornal semanal que recua a 1962, tinha o objetivo inicial de divulgar a programação cinematográfica. Numa cidade que muito cultuou o cinema, o pequeno jornal foi crescendo até se transformar, em 1975, no jornal Agora

Na primeira página da edição do dia 19 de janeiro de 1964, O Peixeiro estava "num dia de fúria": denunciou a desativação do trem para o Cassino como um fator que estava dificultando a ida de "populares" para o veraneio e elitizando o balneário. A estrada asfaltada, orgulho local pois pode ter sido a pioneira no Rio Grande do Sul, recebia na década de 1940 a circulação diária de 500 veículos e chegou a 5.000 veículos em 1964. O Peixeiro a considerava perigosa devido ao grande fluxo e estreita faixa de rolagem. 

Nesta mesma edição, criticava-se o não asfaltamento da ligação rodoviária entre Rio Grande e Pelotas, com referência ao trecho do Povo Novo até a cidade vizinha. A poeira, deslocada pelos automóveis, tinha provocado vários acidentes. Recentemente, ocorrera um grave acidente com sete vítimas, todas mulheres. Nesta direção vai o título da matéria "Desfazendo um Mito": não era uma "bruxa solta" (como comentava a população) a responsável por tantos acidentes e, sim, a falta de segurança devido a poeira e as pedras soltas. 

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