Porto do Rio Grande em 1908

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sábado, 3 de julho de 2021

O HOLANDÊS VOADOR (1821)

https://www.seboclepsidra.com.br/ Edição 2, dezembro de 2020. 

A Coleção "Raridades do Conto Gótico" publicou em seu número 2 o conto "O Holandês Voador ou a Mensagem de Vanderdecken para casa" (1821). É uma lenda náutica de autor anônimo, fruto da oralidade sobre a maldição que se abateu sobre um navio da Companhia Holandesa das Índias Orientais. 

O primeiro registro impresso (o oral é mais antigo...) desta lenda recua a 1790 e o cenário é a Cidade do Cabo (África do Sul) e o Holandês Voador "seria uma embarcação incapaz de aportar, vagaria pelas borrascas do Cabo da Boa Esperança (antigo Cabo das Tormentas)", conforme apresentação de Cid Vale Ferreira. 

O navio já estava a mais de seis décadas tentando chegar ao porto (portanto o evento recuaria a 1730 ou antes) e o desejo dos marinheiros era entregar correspondências para outra embarcação que pudesse enviar para seus familiares na Holanda. Porém, os marinheiros britânicos não queriam tocar nas correspondências temendo as consequências do contato com espectros que estavam aprisionados por décadas num cenário de tempestade e abandono eterno.

      Numa cidade marítima como Rio Grande, o conto atrai ainda mais o interesse pela enraizada cultura náutica. Afinal, frente aos inúmeros naufrágios no litoral, Barra e no interior da Lagoa dos Patos, possivelmente, muitas lendas circularam oralmente nestes quase três século mas acabaram no esquecimento.  O registro impresso destas lendas é fundamental para a preservação e neste sentido a literatura gótica deixou uma excelente contribuição com suas abordagens das oralidades lendárias. 


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