Edição de 1831 de Frankenstein de Mary Shelley. Acervo: Universidade da Pensilvania. |
A
primeira edição de Frankenstein, publicada em 1818, não foi assinada por Mary Shelley , pois uma mulher
escrever uma obra desta profundidade e com esta temática poderia causar uma
reação negativa neste período.
Acreditava-se
que o autor era Percy Shelley um dos grandes poetas ingleses do seu tempo. Porém, a partir da segunda edição Mary
Shelley assina como autora de um dos livros mais importantes da literatura de
horror.
Com
componentes góticos e de ficção científica na narrativa, os limites da vida e
da morte são flexibilizados e o direito do saber médico buscar a criação da
vida e questionar o poder que era considerado monopólio de Deus parece um
sacrilégio. A proposta inicial de uma história de fantasma transcendeu para uma
reflexão sobre a manipulação da vida a partir do conhecimento e suas
consequências éticas.
Questões
sobre o bom selvagem de Jean-Jacques Rousseau estão presentes em Frankenstein:
a rejeição da sociedade levou a criatura - construída com restos de corpos
roubados de cemitérios- a se tornar um
assassino e ter a sua maldade despertada. Mary Shelley também questionou o desenvolvimento iluminista que sacraliza a
ciência como único caminho confiável, podendo conduzir a uma pretensão divina
de poder, criando o dogma da ciência.
Mary Shelley. |
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