A tradição do jornalismo em Rio Grande, iniciado em 1832, sustentou-se com ímpeto por longas décadas. No ano de 1868, haviam seis tipografias em Rio Grande e a capital, Porto Alegre, contava com cinco.
Uma explicação para este cenário é a importância econômica do Porto do Rio Grande e a fixação na cidade, de uma parte considerável dos empresários de exportação e importação, além de industriais.
A decadência do comércio de exportação e importação, já sentida na década de 1920, demarcará também a crise da imprensa local. Dois exemplo é a falência do Diário do Rio Grande em 1910 e do Echo do Sul em 1927. Dois e as vezes três jornais persistiram disputando o mercado local de consumidores de "tipos impressos" como é o caso, nos anos 1950, da polarização discursiva dos jornais Rio Grande x O Tempo.
Porém, a tendência foi a da solidão, não dissociada da quebradeira nacional de periódicos e dos novos referências técnicos de leitura. Ou, às vezes, a ausência do hábito da leitura.
E chegamos no presente ao silêncio absoluto do jornal físico: o último sobrevivente, o jornal Agora, sucumbiu e não chegou a construir a narrativa da pandemia vigente.
Quadro Estatístico e Geográfico da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, 1868. Antonio Eleutério de Camargo. Acervo: Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. |
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