Belas paisagens podem ser vislumbradas no interior do município do Rio Grande. Muitas áreas alagadiças, banhados, arroios, sacos e a Lagoa dos Patos.
A pouco mais de cinco mil anos, uma parte do território municipal estava encoberta pelas águas do Oceano Atlântico. Com o recuo das águas a planície costeira se ampliou até os novos limites definidos pela linha oceânica.
As nascentes áreas secas e inundadas (ou sazonalmente alagadas) começaram a criar ambientes para espécies animais e vegetais florescerem e se dispersarem.
Parte destes seres vivos convive na superfície ou nas águas. Parte deles faz parte da sobrevivência das populações que vivem da pesca artesanal de peixes e do camarão. Outros moradores do meio rural necessitam da ramificação das águas do complexo estuarino da Lagoa dos Patos para a agricultura e para a pecuária.
De certa forma, nestas fotografias obtidas num arroio que liga o Saco da Quitéria com a Lagoa dos Patos, ainda resiste um pouco desta natureza primordial que foi se gestando nestes últimos cinco milênios: já observei inúmeras espécies de peixes, aves, cobras, ratão do banhado, lontra e até capivara nesta área.
Nesta difusão entre água doce e salgada, podem ser encontrados peixes marinhos como tainhas e corvinas, assim como peixes de água doce como jundiás e traíras. Claro, quando aparecem os camarões e os siris, fica ainda mais nítida a impressão: o Oceano esteve aqui; o Oceano é aqui; nestas áreas da marisma, o Oceano Atlântico e a Lagoa dos Patos estão irmanados em Rio Grande.
Fotografias: Luiz Henrique Torres. |
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