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| - Victoria and Albert Museum, Lafayette archive. |
O pintor italiano Eduardo de Martino (Meta, 1838- Londres, 1912) durante a Guerra do Paraguai foi encarregado por D. Pedro II como pintor oficial dos registros referentes a Guerra em curso, tendo estado com as tropas brasileiras na batalha de Humaitá. Em 1895 foi nomeado em Londres, o pintor oficial de marinhas da corte inglesa. Ficou famoso por suas pinturas de paisagens, marinhas e pinturas de combates navais. O interessante é que ele esteve em Rio Grande e deixou um legado artístico que acabou sendo destruído.
José Arthur Montenegro nos conta esta história em seu livro Fragmentos Históricos. Homens e factos da Guerra do Paraguay. Rio Grande: Typ. da Livraria Rio-Grandense (R. Strauch), 1900.
"Eduardo De Martino, o célebre pintor de marinhas tão assinala
deixou a sua passagem pelo Brasil, chegava em 1869 à cidade do Rio Grande,
baldo de recursos, após sua deserção militar da estação naval italiana no Rio
da Prata, em consequência de ter repelido à bala injuriosa afronta de um
oficial superior; desgostoso, não quis esperar o veredicto de um conselho de
guerra. Hoje, milionário, com universal reputação firmada, vive na Inglaterra
gozando o imenso prestígio artístico que soube conquistar à força de talento e
trabalho.
Obtendo aqui algum auxílio de particulares, pintou o magnífico
quadro “Passagem de Humaitá”, o seu primeiro trabalho no Brasil, que vendeu por
1:000$000 à Câmara Municipal.
Conservando o quadro sem o menor cuidado até 1895, um
funcionário municipal entendeu dever limpá-lo e arranjar qualquer ingrediente
que o preservasse das moscas e da poeira: lavou-a com potassa e estendeu sobre
a tela grossa camada de cola à guisa de verniz!... isso em pleno inverno, na
estação úmida. Quando veio o verão, o calor contraiu a cola e a esplêndida
tela, estalando em todos os sentidos, inutilizou-se completamente!
O intendente municipal, Dr. Manoel Ignácio de Lacerda Werneck,
encarregou então o pintor Luiz Cunha de reproduzir o original: o trabalho está
feito, o melhor que é possível esperar de uma cópia, não possui, porém, os tons
e as cores do primitivo quadro com as nuances só próprias do pincel de De Martino.
Sobre a destruída tela, que não soubemos conservar, eis como se
exprime Vitório Vechy:
“... É gloria mostra che le dure battaglie sui fiumi siano
ricordati sur tela dal pittore Edoardo De Martino da Sorrento, um tempo
sotto-tenente de vacello nell’armata italiana ed ora meritamente considerato
come il megliore marinista vivente.” – Vid. – Storia generale
della Marina Militare. – Firenze, 1892."
Abaixo um exemplo da qualidade do trabalho deste pintor italiano que alcançou renome internacional.
Abaixo um exemplo da qualidade do trabalho deste pintor italiano que alcançou renome internacional.
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| Batalha do Riachuelo por Eduardo de Martino (1875). https://i.redd.it/0g6upyx55cs01.jpg |


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