Porto do Rio Grande em 1908

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sábado, 23 de maio de 2020

MONUMENTO À SÃO PEDRO

         Quem já ouviu falar no Monumento à São Pedro?


       A leitura desta matéria publicada no jornal Rio Grande de 10 de agosto de 1953 foi uma novidade. Ao longo da história republicana da cidade do Rio Grande, desde a edificação da Estátua da Liberdade em 1889 até as obras em bronze como a do Barão do Rio Branco, ou seja, entre o mármore e o bronze, a cidade se mobilizou muitas vezes para a construção de monumentos. A maioria destes projetos acabaram se efetivando.  Mas não foi o caso deste monumento à São Pedro. 

    Numa reflexão preliminar, fazendo de conta que não existe a destruição do patrimônio que hoje contemplamos, a ideia é coerente com a história da cidade e do Rio Grande do Sul. Afinal, o Rio Grande do Sul e a cidade receberam sua denominação devido a Barra do Rio Grande (1532). O padroeiro (que definia as definições geográficas) quando do período da passagem do navegador de Pero Lopes de Souza era São Pedro. 

     A entrada da Barra é o acesso ao hinterland do Rio Grande do Sul via Lagoa dos Patos e depois pelos rios da Bacia Hidrográfica do Atlântico. 

     Meu voto é a colocação do monumento no Molhe Oeste da Barra. Ali nos atuais Molhes nasceu o Rio Grande do Sul luso-brasileiro!   

     Porém, devemos pensar com muita calma: frente a crise econômica que resultará da pandemia e as sistemáticas depredações sofridas pelos monumentos (quanto tempo duraria a chave de São Pedro para desaparecer...), será mais racional a valorização da Igreja de São Pedro, a mais antiga do estado. 

      Pelo estilo do blog, os leitores sabem que estou sendo lúdico e não estou falando sério! Hoje, não apoiaria iniciativas que levem a investimentos que sejam problemáticos e que se converterão em dores de cabeça. Um longo e difícil período de crise nos espreita e amargura o horizonte. 

     Depois da pandemia, teremos que definir o que é essencial ser mantido e quais projetos serão lançados para um futuro distante ou muito distante... 

     Até uns 10-15 anos atrás eu estava entusiasmado com uma série de projetos que envolviam os Molhes da Barra. Considero aquele espaço extraordinário para o turismo. Quando participei da equipe que colocou um marco da existência do Forte espanhol da Barra (1776) no trevo de acesso aos Molhes, acreditei que seria o início de grandes avanços no turismo histórico. Achei ótima a ideia de um restaurante panorâmico junto aos Molhes, da (re) construção do Forte da Barra naquela área (ambos projetos negados por questões ambientais e patrimoniais), que se somariam com o Oceanário Brasil. Hoje, depois de tanto empenho, tudo parece um sonho nebuloso que foi virando um pesadelo. Há períodos de esgotamento de certos projetos (como a estatuária em espaços públicos) que podem sofrer novas leituras num futuro de média ou longa duração. Mas não tão cedo...

     Nosso exercício (lição de casa) pós-pandêmico será a reconstrução dos nossos referenciais materiais e imateriais. Só isso, já será um grande desafio!

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