Rod Taylor no filme A Máquina do Tempo (1960). https://images.alphacoders.com/467/467489.jpg |
Sempre reafirmo: como uma máquina do tempo faz falta!
Todos os tratados científicos deveriam incentivar a construção de uma máquina inspirada em H.G. Wells ou em outros projetos que possibilitem esta viagem.
A máquina poderia ser algo mais sutil como um teletransporte de Jornada nas Estrelas - com teclado com opção para passeios no tempo.
Teletransporte. Star Trek. https://cientistasdescobriramque.files.wordpress.com/2014/05/vinc3adcius-figura.jpg |
Não podemos esquecer que uma geringonça poderia assustar os habitantes do passado (até o De Lorean assustava...), portanto, o ideal seria uma viagem sutil e uma estadia apenas com a nossa mente. Tudo bem se preciso que seja colocado um discreto chip subcutâneo no viajante mas que se evite um transistor de aparelho de tv dos anos 1970 na axila.
A viagem no tempo permitiria entronizar sabores e, infelizmente, também os horrores do passado poderiam ser conhecidos in natura. As propagandas enganosas seriam desmascaradas enquanto outras experiências seriam enaltecidas.
Os odores do café e dos bolos ainda mornos em uma confeitaria na Belle Époque preencheriam o espaço dos olfatos do tempo. Afinal, a temporalidade é feita de percepções olfativas, de paladares, de visualizações dos contornos materiais dos objetos, dos sons que transmitem segurança na cotidianidade ou a atenção redobrada aos perigos mundanos.
Para além das figuras bípedes decrépitas que pululam em sociedade em qualquer época civilizatória nos últimos 6 mil anos - excluindo as incansáveis aberrações-, o que fica são os sentidos visuais, táteis, olfativos, degustativos, sonoros, perceptivos, espirituais, intelectuais, instintivos e reflexivos (ufa...) que nos definem como seres humanos. E o tempo está repleto destas pistas explícitas em atos ou implícitas em ritualizações que beiram o imperceptível.
Os sentidos estão no tempo de realização do consciente e do inconsciente.
A máquina do tempo nos projetaria ao momento presente do passado. Por mais devastador que seja tocar a realidade é lá que se encontra os sentidos e as interpretações últimas do acontecer humano em algum lugar do espaço e do tempo.
Claro que a máquina também poderia ter uma função pragmática: a pandemia te cercando no presente e se viaja para outro espaço e tempo de segurança. O problema (ou a solução) é que pode ser um momento tão reconfortante e de identidade pessoal o passado escolhido que não se queira mais voltar ao presente: como no caso do filme Em Algum Lugar no Passado.
Jane Seymour e Christopher Reeve. Em Algum Lugar do Passado. https://i.pinimg.com/originals/ab/d9/59/abd959242c4f15acafbb6809d0fdc23e.jpg |
Porém, cuidado com a programação das datas do passado (verifique seu boletim escolar de notas em Matemática e também em História): não marque o ponteiro do tempo para um recuo até outubro de 1918 pois a Gripe Espanhola te espera com espirros abertos; nem dezembro de 1855 pois a epidemia de cólera está no auge de sua devastação. São tantas pestes e guerras que é preciso ter à mão um ótimo compêndio de História para pesquisar e fugir de datas problemáticas (lamento dizer mas vai sobrar poucos datas disponíveis...).
Volto a reafirmar: como uma máquina do tempo faz falta! Em tempos de pandemia, cada vez que escuto/vejo o noticiário, minha convicção desta necessidade é ainda maior...
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