TEX - A BALADA DO OESTE

Capa da edição da Mythos Editora. 

Desenhos de Civitelli 

O meu exemplar com uma personalização: o rótulo de um vinho argentino da Patagonia (Postales del Fin del Mundo)
 que complementa a ótima leitura de Tex.  

       O álbum "O Meu Tex - a Balada do Oeste Selvagem" foi lançado em 2012 pela Mythos Editora (capa dura, formato 29,4 x 29,4 208 páginas). 

    Giovanni Battista Verger (criador do projeto do álbum) que foi apresentado na Itália em 2010 afirmou que as primeiras páginas foram produzidas em 1993 e que tanto tempo passou que "quase nem me parece verdade" que o livro foi finalizado. Ele destacou a ausência de cores até na capa, sendo todos os desenhos feitos por Fabio Civitelli em branco e preto: "eu fiz essa escolha estilística, com o apoio do editor, porque considero que a cor no desenho, com as devidas exceções, tende a diminuir a beleza ao invés de aumentá-la. O que mais me fascina é o contraste entre luz e sombra". 

        Verger se referindo ao desenho de Civitelli ressaltou que "a saga da aventura que submeti a ele intuiu as emoções nela contidas e conseguiu criar um ponto mágico, no qual o crescendo da ação se encontra e se funde com a melancólica contemplação da paisagem".

       Giovanni Verger, em entrevista a Sérgio Pignatone,  explicou que a escolha do ilustrador Civitelli era para dar aos leitores uma "ideia do Oeste em seus arquétipos: os panoramas, os cenários, a variedade dos ambientes naturais, as cavalgadas, os tiroteios, o mundo dos índios. Além disso, eu queria me deter em algo romântico e poético: o Tex pensativo, que fica sozinho na noite, que escolhe como companhia um tronco retorcido no deserto, o Tex que parte para uma aventura, mas tem no coração as recordações dos tempos distantes, da esposa que o destino levou embora. Assim, eu pensei que Civitelli estaria mais alinhado comigo, levando, com seu estilo bem particular, a abordar os ambientes mais diversos, seja um sol que se põe luminoso num deserto de pedras e areia, seja uma bruma que desce lenta e leve sobre um bosque de coníferas". O resultado, dos textos partilhados entre Verger e Burattini, é como um "mágico álbum de fotografias: você folheia e cada imagem toma vida". 

       São oitenta e seis cenários e respectivos textos, passando pela trajetória de personagens e experiências na trajetória de Tex. Os textos, em grande parte, apresentam forte conotação poética buscando a relação do personagem com o Oeste Selvagem e o cotidiano em que a subjetividade é explorada em seus detalhes mais simples. Desfigurando o mito se busca a humanização do personagem inserido no meio brutal e por vezes romântico da "Balada do Oeste Selvagem". Leitura visual e escrita a ser feita com deleite e sem pressa, podendo ser acompanhada de um gole de vinho (ou de tequila, ou whisky cowboy...)