Plano do Rio Grande de São Pedro (1786). Livro "Defesa da Ilha de Santa Catarina e do Rio Grande de São Pedro", de José Correia Rangel. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
O
militar Domingos Alves Moniz Barreto escreveu em 1790, algumas observações
sobre as possibilidades de crescimento econômico da povoação através das
atividades agrícolas. Ressaltou os perigos da barra para a navegação e o
caráter dos habitantes: dóceis, amáveis, sinceros e muito vigorosos para o
trabalho.[1]
As fontes citadas são fundamentais para o
resgate das dificuldades e avanços no processo de colonização lusitana no sul
do Brasil. Os escritos não possuem, com exceção de Simão Pereira de Sá, um
caráter de conhecimento histórico e sim de descrição geográfica, econômica,
social e dos costumes da população, com ênfase nas possibilidades de
desenvolvimento e inserção local nos quadros mais amplos da organização
portuguesa. Os estudos apresentam um caráter oficioso, por estarem ligados a
autoridades, militares ou pessoas voltadas à legitimação do domínio da Coroa
portuguesa no Rio Grande do Sul. Mas, nas narrações, exaltam-se as riquezas e
perspectivas de crescimento, inclusive indicando procedimentos efetivos, como
em Sebastião Bettamio, num diagnóstico daquilo que faltava ao centro urbano
emergente. As fontes convergem para a legitimação de investimentos e
consolidação de um projeto civilizatório lusitano num espaço platino de
confronto entre espanhóis e portugueses.
[1]
MONIZ BARRETO, Domingos Alves. Observações relativas à agricultura, comércio e
navegação do Continente do Rio Grande de São Pedro (1790). In: CESAR. 1981, p.
169-171.
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