Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

RUA GENERAL OSÓRIO

Praça Xavier Ferreira com a rua  General Osório passando em frente ao Mercado Público. Cerca de 1865-1870. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense.

         O Presidente da Província do Rio Grande doou a Câmara Municipal em novembro de 1830, terrenos para serem vendidos e com o seu produto atender às despesas da mesma Câmara. Estes terrenos formavam a quadra onde atualmente está o prédio da Prefeitura até à rua Pinto Lima (com fundos para o Canal, que então ficava na altura da hoje rua General Osório). O Presidente da Câmara, em 10 de junho de 1829, já havia proposto que os proprietários desses terrenos fossem obrigados a aterrá-los “aliviando, assim, as areias que assoberbam a Vila”.  
         Essa disposição não foi cumprida, pois, em 15 de outubro de 1829, o Presidente da Câmara Municipal, José Maria Rodrigues, apresentou o seguinte Projeto de Resolução: “fica marcado o prazo de dois anos, contados do dia da publicação desta para os proprietários que tem terrenos na praia, desde a esquina de Francisco José Gonçalves, até a de José da Rosa Lisboa, aterrarem seus fundos em ordem e ficar uma rua em linha reta com o aterro da esquina da casa de Joaquim Rasgado até a rua dos Expostos. Os contraventores pagarão mil réis por braça de frente em todo o seu terreno, anualmente, até a prontificação da obra correspondente. E para constar se mandou publicar e afixar este Edital nos lugares de costume”. A esquina de Francisco José Gonçalves era formada pelas hoje ruas Marechal Floriano e Pinto Lima, lado oeste. A rua dos Expostos é a atual Pinto Lima. A casa de Joaquim Rasgado, o atual edifício da Prefeitura Municipal, e a de José da Rosa Lisboa, a General Canabarro.
         Em 26 de novembro de 1835, a Câmara delibera “... que se desse a largura de sessenta palmos à rua que passa por baixo do armazém da viúva do falecido Joaquim Rasgado, paralela a da Boa Vista, ficando as demais com a mesma largura marcada na nova planta”.
         Há 1º de janeiro de 1841, João Simões Lopes, Medeiros y Lorena, requerem à Câmara “que para melhor aterrarem os terrenos cobertos de mar que possuem nesta cidade, fazendo frente à rua Formosa e fundos ao Canal, precisam cercar, provisoriamente o que está destinado para a mencionada rua, ora intransitável pela parte do Oeste dos suplicantes”. Em 14 de abril desse mesmo ano a Câmara ordena ao Fiscal  “para alinhar a rua Formosa, na direção pela parte do Norte, com as casas de Antonio Teixeira de Magalhães até o Beco do Falecido José Rosa (General Canabarro)”. Tão despovoado era esse local que, em 11 de julho de 1842, a Câmara indica para ser feito o despejo “dos materiais que possam prejudicar o ancoradouro, lixo e objetos fétidos” à praia da rua Formosa, do Beco do Palácio (Pinto Lima) para o Oeste.
         Conforme Antenor Monteiro, em julho de 1851 é dado o parecer sobre mais conveniente direção ao logradouro e mandou-se fazer a planta. “Foi também conhecida por rua do Mercado e, por aí morarem os poveiros, que se dedicavam à vida da pesca, por rua dos Pescadores. O Presidente da Província, em 1º de julho de 1866, aprovou a Resolução da Câmara, de 9 de outubro de 1865, de mudar o nome de Formosa para o de General Osório, o Marques do Herval (1808-1879). O General Osório, senador e Ministro da Guerra, possuía todas as condecorações brasileiras e várias medalhas militares, das Campanhas contra Rosas, Uruguai e Paraguai”.

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