“Todos ralham contra o local do Rio Grande e
ninguém trata de o melhorar, não obstante ser patente a todas as luzes que seus
defeitos naturais são remediáveis pela arte. Gonçalves Chaves (1822)”.[1]
A constituição de um grupo mercantil no Rio
Grande do Sul esteve relacionada aos interesses de negociantes do Rio de
Janeiro, neste comércio e nas transações com a Colônia do Sacramento. As
exportações de charque, couro e trigo, através do Porto da Vila do Rio Grande,
tornaram-se relevantes em nível de abastecimento interno da América Portuguesa
a partir da década de 1780. Excetuando-se os couros, cujo mercado central era a
Europa, os produtos oriundos do Rio Grande de São Pedro distribuíam-se pelas
praças do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco. Se o maior comprador de
charque sulino foi a Bahia, o principal parceiro comercial foi o Rio de
Janeiro, pois para esta cidade dirigia-se a maioria do trigo e aos produtos agrícolas,
provindo, daquele porto, dois terços dos escravos importados pela Capitania do
Rio Grande, além de produtos têxteis e manufaturas europeias.
[1] CHAVES, Antônio José Gonçalves. Memórias Ecônomo-Políticas sobre a Administração Pública do
Brasil. Rio de Janeiro 1822-23.
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