Naufrágio do Altair. Acervo: papareia. |
Altair em 2008. Autor: Rejane Torres. |
Entre os
inúmeros naufrágios ocorridos nas imediações da Barra do Rio Grande o mais
conhecido das últimas décadas é o do Navio Altair. Em junho deste ano de 2019 completou 43 anos do naufrágio e do início sistemático das visitações turísticas até o
local em que está encalhado.
Vamos
relembrar um pouco das notícias relativas a este naufrágio que evidencia os
perigos da navegação no litoral sul do Brasil.
O jornal Agora
do dia 8 de junho de 1976 fez a cobertura jornalística do acidente:
“Tripulantes do barco encalhado estão na cidade – Os 21 tripulantes do navio
Altair, da empresa Linhas Brasileiras de Navegação (Libra), que encalhou 18 km
ao sul da Barra de Rio Grande aproximadamente às 16 horas de domingo, em meio a
uma forte tempestade, foram recolhidos por pescadores e conduzidos à costa,
chegando à cidade por volta das 12h40min de ontem, segundo o chefe do setor de
navegação da agência da empresa, João Alvariza. Quatorze dos 21 tripulantes
estão hospedados no Hotel Paris e sete foram conduzidos para o Hotel Europa. (...)
A carga de trigo que o navio transportava poderá sofrer as consequências de uma
rachadura surgida no convés e as possibilidades de recuperá-lo sem novos danos
são mínimas. Alvariza disse que com um calado de 6,40m, o Altair encalhou a
cerca de duas milhas da costa e a rebentação poderá aproximá-lo ainda mais da
margem. Na manhã de ontem, uma equipe de 12 homens da Marinha de Guerra, tendo
à frente o comandante da corveta Baiana, rumou para o local do encalhe por
terra, portando balsas infláveis para retirar a tripulação. Pescadores das
redondezas, entretanto, já tinham conduzido a tripulação à costa e a equipe da
Marinha a trouxe a cidade em dois caminhões e uma camioneta.
Até as 18
horas de domingo o rebocador Plutão tentou uma aproximação com o navio, mas a
rebentação impediu que isto acontecesse. Agora o Altair está sendo observado
apenas da terra por três homens da Libra. João Alvariza disse que somente hoje,
talvez, possa se avaliar com mais precisão as condições em que o barco se
encontra. A Capitania dos Portos do Estado vai ouvir também o comandante do
Altair para obter maiores detalhes sobre o acidente. O barco tem capacidade de
3.040 toneladas, estando lotado de trigo”.
Originalmente
encalhado a cerca de duas milhas da costa o navio, ao longo dos anos, foi sendo
empurrado e se integrou a paisagem da linha da praia. Em seis de junho de 1976,
o navio Altair deixava a navegação e passava a fazer parte das histórias dos
incontáveis personagens que por ele passaram. Para quem se desloca do Cassino,
inicialmente o navio é visto como um pequeno ponto no horizonte que vai
aumentando com a passagem dos quilômetros até a possibilidade de um contato
físico com a sua carcaça corroída pelo mar. No sul da barra do Rio Grande está
uma evidência visual do cemitério de navios que se espalha entre o norte e o
sul da Barra do Rio Grande.
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