Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

RUA GENERAL BACELAR


        
Rua General Bacelar por volta de 1930. Acervo: Museu da Cidade do Rio Grande 
         Conforme pesquisa de Antenor Monteiro, o nome original foi rua Direita, como foi chamada desde a fundação do Presídio. Ela corria direita das proximidades do Forte para o Oeste e seguia até a atual 24 de Maio. Do lado Norte ficava, logo a seguir da rua do Corpo da Guarda, hoje Zalony, um Armazém Real; à direita da Igreja Matriz de São Pedro terminada em 1755, a cadeia; na esquina da atual Pinto Lima, o Palácio dos Governadores, como tudo se vê na Planta de 1767, já no domínio espanhol. 

       Os primeiros lotes de terrenos concedidos por Silva Pais em 1737 e pelo Governador Ribeiro Coutinho, em 1738, foram nesta e na rua da Praia. Também nessa época era conhecida por rua da Igreja, esta mandada construir por José da Silva Pais, nas proximidades do Forte, e que, poucos anos depois, foi presa de incêndio. Essa Igreja, “balizaria, talvez, o prolongamento da rua Direita”, no parecer do historiador João Borges Fortes. 

      Afrânio Peixoto em uma Memória intitulada "O Nome das Ruas", adverte que rua Direita, como se encontra em tantas cidades, não quer dizer rua reta e sim, rua que vai direta a qualquer ponto. A nossa iria direita à primitiva Igreja ou ao Forte da Praia. 

       Em 19 de junho de 1829, o escrivão da Provedoria, José Antônio Dias da Cruz Miranda, em ofício do dia 12, remete o Auto de Abertura da rua por terrenos de José Antônio Alves Chaves e Dona Verediana da Costa Feijó, “...para continuação da rua Direita até a rua da Caridade”, atual Coronel Sampaio. Alves Chaves, em 1 de janeiro de 1833, requer o pagamento de 800$000 réis, de uma propriedade que fora demolida para essa abertura. Até hoje é a única rua que não foi aberta até a Barroso, como as outras que lhe são paralelas. 

     Em sessão da Câmara Municipal de 9 de outubro de 1865, lhe foi dado o nome de rua dos Príncipes, memorando a passagem por esta cidade, em julho desse mesmo ano, dos Príncipes, Conde D’Eu e Duque de Saxe, genros de Pedro II, que o acompanharam em sua ida à cidade de Uruguaiana, quando da retomada aos paraguaios. 

       Passou, na República, a se denominar Demétrio Ribeiro, Ministro da Agricultura, Comércio e Obras Públicas no Governo Provisório, quando da sua passagem por esta cidade, depois que se demitiu. Era engenheiro, redator de A Federação e propagandista da República e Deputado à Constituinte. Morreu em 30.1.1890, no cargo.

Em Ato Intendencional nº 13, de 24 de abril de 1894, nos entusiasmos da guerra civil, lhe é dado o nome que conserva até hoje, de General Bacelar, que era o comandante da guarnição desta cidade e organizara a resistência ao sítio da esquadra revolucionária, ao mando do Almirante Custódio de Melo.
      O General Antonio Joaquim Bacelar nasceu em 16.5.1832 e morreu a 14 de novembro de 1899. Assentou praça a 8 de novembro de 1846. Chegou ao posto de General e Divisão, em 5 de setembro de 1893. Pertencia à Infantaria. Possuía as medalhas das campanhas do Uruguai, Argentina e Paraguai.

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