Cemitério e capela do BomFim na aquarela de Hermann Wendroth de 1852. |
Cemitério,
capela e igreja do BomFim remetem a importantes acontecimentos da história da
cidade do Rio Grande, em eventos que recuam a primeira metade do século 19.
A área hoje
ocupada pela Igreja do Bomfim e pela praça a sua frente, apresentava outra
fisionomia e funcionalidade em meados do século 19. Quando de sua construção, o
cemitério do BomFim estava afastado do centro urbano, numa área para os lados
dos pântanos que se estendiam em direção ao atual Lar Gaúcho. O proprietário
dos terrenos onde foi edificado o campo santo foi José Luiz da Silva que
realizou a doação em abril de 1832 de trinta braças de terreno.
A entrada do cemitério era pela rua da
Alfândega (atual Andradas) enquanto a rua do Castro (atual Duque de Caxias)
ficava fechada por maricás e pelo muro com as catacumbas. Chegando a rua
Vice-Almirante Abreu era necessário seguir em direção a rua dos Andradas para
ter acesso ao portão de entrada. Em novembro de 1841, Mathias José Velho, fez
uma subscrição popular angariando cerca de dois contos de réis para a Santa
Casa levantar catacumbas. Em 4 de janeiro de 1842 o presidente da Província
ordenou que o cemitério fosse entregue a administração da Santa Casa para ser
reedificado e mantido, o que comprova que já existiam enterramentos antes desta
data. Em janeiro de 1850, o vereador José Joaquim de Macedo apresentou uma
indicação “para que se mandasse demarcar o terreno que atravessa o cemitério,
para a abertura da rua do Castro, proibindo de em tal espaço praticarem
enterramentos, afim de logo que se reconheça ter decorrido tempo suficiente
para serem consumidos os cadáveres que hoje ali se acham sepultados praticar-se
a abertura da rua”. A Câmara em agosto de 1850 ordenou ao fiscal fazer a
medição para abertura da atual rua Duque de Caxias neste trecho. Ao mesmo
tempo, a Câmara reconhecia “que esse cemitério se achava em lugar impróprio
pelo crescimento da cidade sobre aquele lado e que disso resultaram gravíssimos
males”.
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