O comerciante Nicolau Dreys morou em Rio
Grande até aproximadamente 1827 e deixou um relato coerente com as observações
anteriores. Ele destacou que as areias do Rio Grande tem um movimento contínuo,
o qual modifica os aspectos com mobilidade extraordinária, segundo o vento
reinante, que remove a umidade das dunas, deprimindo umas, elevando as outras,
e produzindo em um instante diferenças sensíveis nas perspectivas. Demais, como
o vento que com mais força reina nessas paragens é o vento sul, essa a razão porque
as areias se tem mais particularmente amontoado ao sudoeste da cidade do Rio
Grande, e ao sudeste da vila de São José do Norte, tendo já invadido uma parte
das mesmas, e parecendo impelidas para o mar. “Uma porção de casas da primeira
cidade jaz presentemente debaixo das areias, e nessa nova Pompéia não se
reconhece o lugar das habitações sepultadas, senão pelos galhos secos de
algumas árvores de seus antigos quintais, aparecendo ainda na superfície da
massa usurpadora”. [1]
[1]
DREYS, Nicolau. Notícia Descritiva da Província do Rio Grande de S. Pedro do
Sul. Porto Alegre: Nova Dimensão/Edipucrs, 1990, p. 46.
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