Time do São Paulo em 1918. Acervo: http://www.saopaulors.com.br |
Jogo São Paulo e Rio Grande em 10 de maio de 1942. Acervo: http://www.saopaulors.com.br |
Alemães e ingleses participaram da
fundação do Rio Grande. Com o São Paulo, a presença portuguesa foi decisiva
para o surgimento de um novo clube de futebol. A história na versão aqui
reproduzida é contada no site do clube http://www.saopaulors.com.br, onde
maiores informações sobre a participação do clube em campeonatos podem ser
obtidas.
O Rio Grande, por volta
de 1908, treinava nos pátios da Compaigne Auxiliare de Chemin de Fer Brésil, uma
companhia francesa que estava encarregada de implantar e administrar a malha
ferroviária em Rio Grande
e sua ligação com as outras cidades. Em um belo
dia quatro rapazes chamados Adolpho
Corrêa, José Sartori, José Bernardelli e Hermenegildo Bernardelli estavam sentados assistindo a novidade do football praticada pelos ingleses e alemães de Rio Grande. Em um
dos momentos do treino a bola escapuliu e foi parar nas mãos dos rapazes que
logo trataram de escondê-la e a deram por perdida. Como as bolas eram
raríssimas pois vinham da Inglaterra a um preço muito alto, aquela era uma
oportunidade de outro para começar a praticar o esporte. Um dos rapazes,
Adolpho Corrêa, de descendência portuguesa, foi entusiasta em fundar um clube popular de futebol
que permitisse à vasta colônia portuguesa da cidade ter acesso ao esporte, pois
era exclusivo dos alemães e ingleses que fundaram o Rio Grande. Pouco tempo
depois os destemidos e caras-de-pau precursores do Leão do Parque solicitaram
ao Rio Grande e a Compaigne Auxiliare de Chemin de Fer Brésil que cedesse um espaço pequeno para fundar na cidade um clube com raízes lusas.
O Rio Grande e a Companhia gentilmente cederam uma área de frente para
o cemitério católico onde o clube fora fundado. A área era bem próxima ao estádio
do Rio Grande e é onde hoje se encontra o Aldo Dapuzzo. Por um bom tempo, até
1984, o estádio do Rio Grande permaneceu próximo a Linha do Parque. Em 4 de
outubro de 1908 o clube foi fundado. O nome São Paulo não tinha em princípio
nenhuma motivação religiosa, apesar de um pouco mais tarde São Paulo ser
escolhido o santo padroeiro do clube que tem gruta própria na Linha do Parque.
Adolpho Corrêa veio ainda pequeno de Portugal para São Paulo e quando adulto
veio para Rio Grande. O nome do clube foi uma homenagem à cidade onde Adolpho
passara boa parte de sua vida e provavelmente tenha tomado contato com o football pela primeira vez.
O rubro-verde presente na camisa do São Paulo fora extraído
do pavilhão de Portugal, o que evidentemente faz alusão aos companheiros
desportistas e a imensa colônia portuguesa presente no Rio Grande. Em 16 de
julho de 1909, foi aprovado o primeiro uniforme com
as cores portuguesas: boné verde e vermelho camisa branca e
calções pretos.
O Aldo
Dapuzzo foi sempre o palco de maior expressão de amor dos rubro-verdes. Na
melhor fase da história do São Paulo, por exemplo, íam ao estádio a média de
17.000 torcedores. O Aldo Dapuzzo tinha ficado pequeno para tantos torcedores.
CURIOSIDADES
Em 26 de dezembro de 1940, São Paulo e Rio Grande
protagonizam uma cena memorável no futebol brasileiro. Era a disputa da taça
confraternização. E os dois times terminaram o jogo empatados. Os pênaltis
foram batidos à exaustão e absolutamente não havia jeito de se haver uma
definição. O árbitro resolveu então conceder o título aos dois clubes. Mas e a
taça? A solução encontrada, acredite, foi cortá-la em duas partes iguais e
entregar uma parte a cada time. O resultado está na sala de
troféus do São Paulo até hoje.
No ano
de 1982, o São Paulo disputava
a taça de ouro do campeonato brasileiro. Um dos jogos de preparação foi contra
o então recente Campeão em Tóquio, o Flamengo que veio completo inclusive com
nomes como Zico, Júnior, Raul, Andrade entre outros. O resultado do jogo com o
Aldo Dapuzzo super lotado foi 0x0 e o São Paulo também possuía uma das melhores
esquadras vistas até hoje.
Nos
primeiros anos da década de 80 o São Paulo vivia o seu melhor momento disputando a taça de ouro do
futebol brasileiro. No entanto, para ingressar na primeira divisão, era
necessário que o estádio do clube possuísse no mínimo cerca de 10.000 lugares.
Em tempo recorde (não se sabe ao certo, mas se calcula 5 meses), logo após
sucessivas campanhas do cimento, a torcida e o patrono Aldo Dapuzzo levantaram
o anel esquerdo do estádio com capacidade para aproximadamente 7.000. Mesmo
assim o Dapuzzão não dava conta e foi necessário que a prefeitura interviesse
com a colocação de arquibancadas, atrás do gol direito, para mais 2.000
pessoas.
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