Cartão do prédio da Câmara de Comércio em 1865. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Estes
cinco homens deram início a uma associação que seria muito atuante no
encaminhamento de propostas de solução para as atividades econômicas na cidade
com um olhar atento ao Porto do Rio Grande. Em reunião ocorrida no dia 30 de
setembro de 1844 é indicada à comissão responsável por convidar pessoas do
comércio a se associarem a então chamada Praça
do Comércio da cidade do Rio Grande, obtendo-se a adesão de 219 pessoas.
Uma dificuldade inicial foi o local para sediar a associação conforme se depreende
da Ata de 18 de novembro de 1844: “Reuniram-se
os membros da Diretoria provisória, na residência de Antônio Teixeira de
Magalhães, para tomarem conhecimento, em 3ª Sessão, de que o número de cem
sócios já havia sido atingido, tratando a seguir (...) da Casa em que se deve
estabelecer a Praça, nenhuma outra existe a não ser uma de propriedade Nacional
que em algum tempo serviu de Alfândega, depois de Aula de primeiras letras e
hoje de arrecadação de gêneros a despachar, não só por suas boas comodidades
como pela conveniente situação em que se acha...".
Na Ata de 18 de dezembro de 1844 foi feita a
leitura da correspondência enviada pelo presidente da Província cedendo à casa
pedida e agradecendo o convite feito pela Diretoria para ser o protetor da
Praça do Comércio. No dia 5 de janeiro de 1845 o Inspetor da Alfândega entrega
as chaves da Casa da Alfândega para ser ocupada pela Praça do Comércio. Esta
casa é o primeiro prédio da Alfândega na então Vila do Rio Grande e data de
1803. Localizava-se na esquina das ruas Marechal Floriano e Andradas, onde
atualmente está estabelecida uma farmácia. Porém, em 1846, estaria sendo
inaugurada a sede própria junto a praça da Alfândega (atual praça Xavier
Ferreira) em local onde está edificado o atual prédio da Câmara de Comércio.
A Ata da reunião do dia 15 de Janeiro de 1845
ressalta o pioneirismo da iniciativa, em discurso proferido por Antonio Teixeira
de Magalhães: “Senhores!
O estabelecimento de uma Praça de Comércio nesta cidade é incontestavelmente um desses melhoramentos que o Rio Grande há muito tempo reclama como objeto de suma importância para o Comércio nas circunstâncias em que felizmente se acha (...) devo dizer que dependendo de vós a sorte deste estabelecimento nascente, a diretoria cheia de confiança em vossas mãos a deposita, esperando todos os sócios, reunidos a cada um de por si tomando uma parte ativíssima se empenharão por abrilhantar e sustentar o primeiro e único estabelecimento que com as mais lisonjeiras esperanças se apresenta ao Comércio da Província de S. Pedro para formar um corpo respeitável que deve garantir todos aqueles benefícios que o mesmo Comércio necessita. Viva Sua Majestade o Imperador! Viva a Assembléia Geral! Viva o Exmo. Presidente da Província e Protetor da Praça de Comércio Viva o Corpo de Comércio da Cidade do Rio Grande”.
O estabelecimento de uma Praça de Comércio nesta cidade é incontestavelmente um desses melhoramentos que o Rio Grande há muito tempo reclama como objeto de suma importância para o Comércio nas circunstâncias em que felizmente se acha (...) devo dizer que dependendo de vós a sorte deste estabelecimento nascente, a diretoria cheia de confiança em vossas mãos a deposita, esperando todos os sócios, reunidos a cada um de por si tomando uma parte ativíssima se empenharão por abrilhantar e sustentar o primeiro e único estabelecimento que com as mais lisonjeiras esperanças se apresenta ao Comércio da Província de S. Pedro para formar um corpo respeitável que deve garantir todos aqueles benefícios que o mesmo Comércio necessita. Viva Sua Majestade o Imperador! Viva a Assembléia Geral! Viva o Exmo. Presidente da Província e Protetor da Praça de Comércio Viva o Corpo de Comércio da Cidade do Rio Grande”.
O papel de encaminhar propostas de solução para problemas envolvendo a
economia local e regional foi desempenhado desde os seus primeiros anos. É o
caso da correspondência expedida por Eufrazio Lopes de Araújo (Barão de São
José do Norte) então presidente da denominada Associação Comercial da cidade do
Rio Grande em 07 de agosto de 1886. A
Barra e o Porto do Rio Grande era o objeto de reivindicações encaminhadas ao
Imperador D. Pedro II: “Senhor, a Associação Comercial da cidade do Rio
Grande, atenta em velar por todos os legítimos interesses e imperiosas
necessidades do comércio em geral e principalmente da agricultura, indústria e
comércio desta província, não podendo ficar indiferente diante das circunstâncias
graves e poderosas que impedem o cabal desenvolvimento dos principais ramos de
sua vida econômica, vem, com o devido acatamento, representar ao Governo de
Vossa Majestade Imperial, sobre os sérios obstáculos e dificuldades que a seu
eventual progressos opões os embaraços naturais e constantes mudanças da barra
do Rio Grande do Sul, passo geral obrigatório de todo o tráfego marítimo da
província com o exterior, - e solicitar a imediata execução das obras
permanentes da mesma barra, projetadas pelo engenheiro Dr. Bicalho, e
definitivamente confirmadas pelo ilustre especialista holandês o Sr. P. Caland.”
Em 25 de setembro 1919 foi alterada a denominação de Associação
Comercial da cidade do Rio Grande para a atual de Câmara de Comércio da cidade
do Rio Grande.
Em 24 de junho de 1935 foi lançada a Pedra Fundamental do novo
edifício da Câmara de Comércio da Cidade do Rio Grande, no mesmo local onde se
encontrava e havia sido construído o prédio de 1846. Em 26 de setembro de 1942, foi oficialmente inaugurado o
Edifício Sede da Câmara de Comércio da Cidade do Rio Grande, tendo sido feita à
entronização do Pavilhão Nacional no Salão Nobre e inaugurada as instalações da
Câmara. Maiores informações podem ser obtidas no endereço eletrônico http://www.camaradecomercio.com.br/site/?n_link=historia.
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