A ideia da construção de um monumento em homenagem
a Bento Gonçalves da Silva foi prevista na Constituição do Rio Grande do Sul de
1891. Os restos mortais de Bento Gonçalves da Silva foram doados a cidade do Rio
Grande por familiares chegando em agosto de 1900 e sendo colocados para
visitação em uma urna na Intendência Municipal.
Um dos grandes incentivadores do monumento foi o
historiador Alfredo Ferreira Rodrigues que já vinha resgatando a história e a
memória da Revolução Farroupilha. A Comissão responsável pela construção
arrecadou recursos em várias cidades do Rio Grande do Sul. Em Rio Grande
conseguiu o apoio decisivo dos republicanos locais.
A obra feita em Portugal pelo escultor Teixeira
Lopes foi enviada ao Porto do Rio Grande em maio de 1909 e inaugurada, com
grande presença popular, em 20 de setembro deste ano.
O monumento-túmulo foi construído para assinalar a
trajetória de Bento Gonçalves da Silva e também ressaltar os feitos
farroupilhas. Esta Revolução e seu
maior líder são identificados como parte de um processo “evolutivo” de
consolidação do pensamento republicano no Brasil.
Entre o bronze e o granito edificou-se uma obra que
alcança 110 anos de sua inauguração. O monumento-túmulo buscou perpetuar a
memória do general farroupilha Bento Gonçalves da Silva e da República
Rio-Grandense, se constituindo numa sala de aula de história ao ar livre, onde
gerações edificaram inúmeras versões e leituras sobre a Revolução Farroupilha e
seus mitos.
A
Comissão Promotora do Monumento de Bento Gonçalves fez ampla campanha de
arrecadação de recursos para que a obra fosse efetivada. Documentos pesquisados
no Centro Municipal de Cultura Inah Emil
Martensen (CMC) registram atas com os esforços da Comissão e também
livros com assinaturas de doações. Das centenas de nomes de doadores estão às
assinaturas das irmãs Revocata Heloisa de Mello e de Julieta de Mello Monteiro,
as quais se destacaram nacionalmente na imprensa literária com o jornal “O
Corimbo”.
Ilustrações: Livro de doações e documentos da Comissão Promotora. Acervo: Centro Municipal de Cultura Inah Emil Martensen (CMC).
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