Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

O SUPERPORTO E O DISTRITO INDUSTRIAL


     O Superporto é a área portuária onde estão localizados os terminais especializados nas cargas que operam contêineres, granéis agrícolas, petrolíferas (desde a década de 1950), petroquímicas e fertilizantes. No último decênio passou a ter destaque nacional pela indústria naval aí sediada. No século 18 várias fortificações espanholas estavam distribuídas nesta área que historicamente teve uma ocupação rarefeita. Atualmente, compõe uma área de cerca de 9 km de extensão e mais de 1,5 km de cais (sem incluir a indústria naval).
         Sua edificação recua a década de 1970 no contexto do projeto Corredor de Exportações do Governo Federal. O Corredor de Exportações é um sistema integrado de transporte e armazenamento para escoamento de produtos. A tentativa era de estimular ao máximo as exportações de produtos agrícolas (especialmente soja) e Rio Grande se tornou o núcleo principal desta iniciativa. A implantação de um Distrito Industrial neste amplo espaço portuário buscava garantir o escoamento da safra de soja do Rio Grande do Sul e o estabelecimento de empresas de fertilizantes e de óleo de soja. Estas empresas ao se instalarem no Superporto buscavam os custos de frete e também baratear os insumos que em sua maioria eram importados.
         Mais de 4 bilhões de dólares foram aplicados neste grande projeto Corredor de Exportações. Os investimentos das empresas de fertilizantes e de óleo de soja foram de 365 milhões de dólares, destinados à infraestrutura das empresas. Os investimentos em terminais portuários estatais e privados foram de 500 milhões de dólares, e nos terminais retroportuários (destinados a armazenar e transportar grãos, containers, óleos vegetais, produtos químicos e petroquímicos, assim como carga geral) foi investido 129 milhões de dólares. Conforme Marcelo Domingues, aplicaram-se recursos, majoritariamente públicos, para a infraestrutura necessária num montante de 3.041,80 milhões de dólares em rodovias, energia elétrica, estruturas ferroviárias – ainda estatais –, telecomunicações, abastecimento de água e desapropriações. Soma-se ainda as instalações e equipamentos utilizados diretamente no porto.
      O complexo portuário-industrial criou dez mil postos de trabalho na construção civil e atraiu grandes contingentes populacionais para a cidade. A gigantesca infraestrutura criada não foi plenamente utilizada pelas indústrias instaladas. O crescimento do número de empregos se manteve até por volta de 1985 quando declina. Se consolidava na cidade a substituição de indústrias de bens não-duráveis por indústrias de bens intermediários. Diferente de projetos industriais como o das indústrias têxtil e alimentícia, o Distrito Industrial se inspirou no pensamento modernista de separar os espaços de trabalho, moradia e lazer, mantendo-se afastado geograficamente do centro urbano. O que não impediu um adensamento populacional em localidades como Santa Teresa e na Mangueira. 

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