O Superporto é a área portuária onde estão
localizados os terminais especializados nas cargas que operam contêineres,
granéis agrícolas, petrolíferas (desde a década de 1950), petroquímicas e
fertilizantes. No último decênio passou a ter destaque nacional pela indústria
naval aí sediada. No século 18 várias fortificações espanholas estavam
distribuídas nesta área que historicamente teve uma ocupação rarefeita.
Atualmente, compõe uma área de cerca de 9 km de extensão e mais de 1,5 km de
cais (sem incluir a indústria naval).
Sua
edificação recua a década de 1970 no contexto do projeto Corredor de
Exportações do Governo Federal. O Corredor de Exportações é um sistema
integrado de transporte e armazenamento para escoamento de produtos. A
tentativa era de estimular ao máximo as exportações de produtos agrícolas
(especialmente soja) e Rio Grande se tornou o núcleo principal desta
iniciativa. A implantação de um Distrito Industrial neste amplo espaço
portuário buscava garantir o escoamento da safra de soja do Rio Grande do Sul e
o estabelecimento de empresas de fertilizantes e de óleo de soja. Estas
empresas ao se instalarem no Superporto buscavam os custos de frete e também
baratear os insumos que em sua maioria eram importados.
Mais
de 4 bilhões de dólares foram aplicados neste grande projeto Corredor de
Exportações. Os investimentos das empresas de fertilizantes e de óleo de soja
foram de 365 milhões de dólares, destinados à infraestrutura das empresas. Os
investimentos em terminais portuários estatais e privados foram de 500 milhões
de dólares, e nos terminais retroportuários (destinados a armazenar e
transportar grãos, containers, óleos vegetais, produtos químicos e
petroquímicos, assim como carga geral) foi investido 129 milhões de dólares. Conforme
Marcelo Domingues, aplicaram-se recursos, majoritariamente públicos, para a
infraestrutura necessária num montante de 3.041,80 milhões de dólares em
rodovias, energia elétrica, estruturas ferroviárias – ainda estatais –,
telecomunicações, abastecimento de água e desapropriações. Soma-se ainda as
instalações e equipamentos utilizados diretamente no porto.
O complexo portuário-industrial criou dez mil
postos de trabalho na construção civil e atraiu grandes contingentes
populacionais para a cidade. A gigantesca infraestrutura criada não foi
plenamente utilizada pelas indústrias instaladas. O crescimento do número de
empregos se manteve até por volta de 1985 quando declina. Se consolidava na
cidade a substituição de indústrias de bens não-duráveis por indústrias de bens
intermediários. Diferente de projetos industriais como o das indústrias têxtil
e alimentícia, o Distrito Industrial se inspirou no pensamento modernista de
separar os espaços de trabalho, moradia e lazer, mantendo-se afastado geograficamente
do centro urbano. O que não impediu um adensamento populacional em localidades
como Santa Teresa e na Mangueira.
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