Esta semana, na aula da disciplina de “História
e Terror”, comentei que uma das maiores coleções de múmias/peças egípcias do planeta
fazia parte do acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro. O Museu está
completando 200 anos e um grande show pirotécnico foi promovido para comemorar
a data: o incêndio que o está devastando neste momento! A triste noite de 2 de
setembro de 2018 não deveria ser esquecida...
O prédio do Museu Nacional e o acervo são
partes fundamentais da memória histórica brasileira. Quantas peças foram e
estão sendo destruídas e quantas sobreviverão a esta tragédia anunciada? Remanescentes da cultura material ameríndia,
brasileira, europeia, africana, asiática etc podem ter sido aniquiladas pelo
descaso com a trajetória histórica de inúmeras sociedades.
Entre tantos acervos e instituições que
vegetam no país outra, também na cidade do Rio de Janeiro, está com uma morte
anunciada: a Biblioteca Nacional, o grande depositário da cultura escrita neste
país. O prédio apresenta inúmeros problemas de manutenção e também não tem o
alvará de prevenção contra incêndio.
Assassinar as instituições de preservação
cultural representa um genocídio das gerações passadas que lutaram para
edificar estes espaços. Temos a obrigação de preservar suas memórias, de
estudar os documentos por eles produzidos para que novas leituras críticas do
passado constituam referenciais civilizatórios que alimentem as gerações no
presente. A perda dos referenciais traz a encefalia e obscurece um futuro
saudável e de superação dos desafios hercúleos que hoje se erguem.
Outras instituições também pedem socorro,
como é o caso da Biblioteca Rio-Grandense: porém, suas vozes são tênues e não
parecem ser escutadas...
Muito triste perceber onde o descaso nos levou. Onde vamos parar?
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