Imagens platinas e do
bioma pampa (que caracteriza grande parte do Rio Grande do Sul além do Uruguai
e Argentina), foram retratadas pelo aquarelista Jean Pallière. Seus trabalhos
são um documento do modo-de-vida característico da campanha/zona costeira do
Rio Grande do Sul no século XIX. Com mais intensidade nas áreas de fronteira
com o Uruguai e Argentina mas com hábitos disseminados por grande parte do meio
rural Rio-grandense daquele século, os retratos de Pallière mostram cenários
cotidianos e personagens que edificaram os elementos fundadores do vida rural,
da presença indígena e da construção histórica do gaúcho platino/rio-grandense.
Jean Leon Pallière
Grandjean Ferreira (Rio de Janeiro RJ 1823 - Paris, França 1887) foi litógrafo,
aquarelista, decorador e professor. Muda-se para Paris em 1830, dando início
aos seu aprendizado artístico. Em 1848, retorna ao Rio de Janeiro onde estuda
na Academia Imperial de Belas Artes com
novas viagens para a Europa. De volta ao Brasil, em 1855, no ano seguinte,
muda-se para Buenos Aires, onde leciona desenho na Escuela Normal del Colegio
de Huérfanos, e, dois anos mais tarde, vai para o Chile. No início da década de
1860, percorre o litoral brasileiro, visitando Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e
Santa Catarina. Em 1864, publica o Album Pallière. Escenas Americanas. Reducción de Cuadros,
Aquarelles y Bosquejos, composto de cerca de 50 litografias de
trabalhos realizados em suas viagens
(http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23476/jean-leon-palliere).
Além da qualidade da
pintura de Pallière, sua obra tem uma dimensão social que possibilita realizar
estudos dos hábitos, indumentárias, técnicas, lúdico e sexualidade das
sociedades platinas oitocentista.
Ilustrações: La Pulperia; baile; Pulperia; gaúcho e chinoca. Jean Pallière (período de 1855-1866).
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