Porto do Rio Grande em 1908

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quarta-feira, 26 de julho de 2017

O ESTORIL

Recentemente, degustei um chocolate português que é uma mistura de sabor e nostalgia: o “Chocolate para Turista” da Fábrica Regina. Estes modelos chamados de “Costa do Sol” foram produzidos nas décadas de 1930-40 quando o Estoril era o “primeiro destino chic e cosmopolita de Portugal”.
A Fábrica Regina nasceu em 1928 no bairro lisboeta de Alcântara e encerrou suas atividades nos anos 1990. Em 2002, após sua venda, a marca foi relançada pela fábrica Imperial que propiciou uma volta ao passado: uma caixa com três tabletes de 100 gramas cada reproduzindo as estampas e o sabor da época.
O chocolate é um ótimo pretexto para relembrar um pouco da trajetória do Estoril, um Distrito de Lisboa que faz parte do Conselho de Cascais. Localizado entre Cascais (a Riviera Portuguesa) e São João do Estoril, o turismo se desenvolveu nas primeiras décadas do século XX no Monte Estoril que, estrategicamente, foi privilegiado com a construção dos caminhos de ferro que ligam a cidade de Lisboa à vila de Cascais, numa distância de cerca de apenas 20 quilômetros.
A beleza da paisagem e a construção de um portentoso Cassino (que até o presente é considerado o “maior Cassino da Europa”), foi fundamental para o desenvolvimento da localidade. O local se tornou um refúgio para aristocratas no verão e refúgio de exilados políticos de outros países europeus. Vários prédios suntuosos e casas apalaçadas foram construídos orientados pela “arquitetura de ostentação” que acabou atraindo ainda mais turistas.

Na década de 1910, o Estoril já estava se afirmando como um complexo turístico e termal de luxo que atraia milhares de turistas, especialmente, europeus. Foi neste contexto de desenvolvimento de um turismo de luxo que se firmou o produto de oito décadas atrás e que hoje ostenta esta frase em sua caixa: “delicioso chocolate confortável para os turistas”.


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