Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 18 de julho de 2017

O CALOR HISTÓRICO DE 2014

Vivemos um período que ficará registrado na história da meteorologia do Rio Grande do Sul. Entre os meses de janeiro e fevereiro de 2014 ocorreram duas ondas de calor (uma iniciada ainda em dezembro e que se estendeu até aproximadamente 23 de janeiro) e a segunda que está em andamento e teve início no dia 27 (e que poderá ser a mais expressiva dos últimos cem anos). O que chama a atenção é a seqüência de dias com alta temperatura que ultrapassam os 37º em inúmeras cidades. Isto é muito mais significativo do que em somente um dia os ponteiros chegarem a 40º (como no dia 1 de janeiro de 1943 quando Porto Alegre registrou o recorde de 40,7°).
         Para os veranistas o calor pode ser uma boa notícia mas para os agricultores/pecuarista um evento preocupante que pode causar grandes prejuízos financeiros. Mas em termos gerais o calor excessivo é fator de incômodo ou mal-estar, provocando queda na pressão arterial. E um motivo a mais de preocupação para que com o aumento do consumo de energia elétrica, não ocorram as famosas interrupções no fornecimento que já são comuns em nossa cidade.
         A Metsul Meteorologia, site que recomendo a todos pelo caráter científico do seu trabalho, pesquisa a matriz histórica dos registros meteorológicos o que permite vislumbrar o comportamento climático no passado. No ano de 1914, conforme a Metsul, o verão pode ser considerado quente com marcas superiores a 30 graus em grande parte do mês de janeiro. Porém, a seqüência de dias quentes não se aproxima das altas marcas deste mês de janeiro de 2014. Porto Alegre é um exemplo, pois chegou a acusar 41º graus (Sistema Metroclima) e teve uma temperatura acima de 33° em vários dias.
         Os moradores de Rio Grande acabam estranhando ainda mais os dias demasiadamente quentes, pois a brisa oceânica construiu a visão tradicional de que mesmo no verão, quando chega a noite, é preciso levar um casaco leve para não sentir frio. Sufoco demasiado como se sente em Santa Cruz do Sul ou Santa Maria (a Depressão Central) nem pensar. Porém, este ano está muito diferente pois nem estar na planície litorânea tem garantido o refrescar...
           Para quem quer tecnicamente entender porque está ‘derretendo’, reproduzo o gráfico explicativo da Metsul Meteorologia publicado no último dia 28 de janeiro pelo meteorologista Eugenio Hackbart. Também está reproduzido o mapa de temperaturas para o início de fevereiro (com previsão de elevadas temperaturas para o Rio Grande do Sul).
Até meados de fevereiro a tendência é esta segunda onda de calor se manter e garantir temperaturas elevadas e sufoco generalizado. Para quem é fã de um verão escaldante aproveite a maior seqüência de dias tórridos dos últimos cem anos...   




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