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Rio Grande tem uma íntima ligação com a Lagoa dos Patos! Por mais óbvia que seja esta afirmação, de fato, a Lagoa parece ser uma famosa desconhecida para um grande número de pessoas que visita a cidade ou que aqui reside. Uma grande parte da identidade de Rio Grande passa pela Lagoa; inúmeras outras comunidades do Rio Grande do Sul, também construíram vínculos históricos com este espaço natural e cultural.
Lagoa dos Patos é a maior Lagoa de tipo
estrangulado (choked laggon) do mundo, estendendo-se na direção NE-SW
entre as latitudes 30°30’S e 32º12’S. Está localizada na Planície Costeira do
Rio Grande do Sul e recebe grande volume de água doce dos rios ao norte da
planície costeira e dos rios afluentes da Lagoa dos Patos. Cinco unidades
biológicas a constituem: Rio Guaíba, Enseada de Tapes, Lagoa do Casamento,
Corpo Central Lagunar e Estuário. Junto a Barra do Rio Grande, ocorre o
escoamento da água doce e o ingresso de água salgada neste sistema de mais de
250 km de extensão. Suas margens fazem parte dos municípios de Viamão, Capivari
do Sul, Palmares do Sul, Barra do Ribeiro, Tapes, Arambaré, Camaquã, Turuçu,
São Lourenço do Sul, Pelotas, Rio Grande, Mostardas, Tavares e São José do
Norte.
A
tradição dos mapas e documentos legou o termo Lagoa dos Patos! Porém,
cientificamente, a denominação correta é Laguna dos Patos. Laguna,
geomorfologicamente, se refere a uma depressão
formada por água salgada ou salobra que se localiza nas proximidades da costa
litorânea. A comunicação com o oceano se faz através de um canal onde o fluxo
de água doce e de água salgada interage. No caso da Laguna dos Patos, o intenso
despejo de água doce de vários rios fazem com que, na maior parte de sua
extensão, predomine a água doce.
Já a origem do nome ‘Lagoa dos Patos’
permanece como uma incógnita!
Duas versões, discutidas a mais de um século
pelo famoso antropólogo Hermann von Hiering e pelo historiador Alfredo Ferreira
Rodrigues, encaminham duas interpretações: a presença de patos (Pato real – Cairina
moschata) e a ocupação do espaço por indígenas da nação Patos. A inclinação
dos dois autores, mesmo que de forma não comprovada na lacunar documentação
histórica, é voltada a interpretação do nome estar relacionado a presença das
aves.
A área compreendida entre a Barra do Rio
Grande e a ponta da Feitoria é considerada como o Estuário da Lagoa dos Patos.
Portanto, são aproximadamente 70 km da embocadura da Lagoa dos Patos com o
Oceano, onde ocorre de forma intensa o processo de contato das águas salgadas
do Atlântico com o fluxo de água doce da Bacia Atlântica.
Isto não impede que em certas condições, a
maré salina invada a Lagoa até a altura do Rio Guaíba. A área do Estuário
estende-se por cerca de 900 km², constituindo uma área de marisma (mistura
entre água doce e salgada formando uma vegetação de gramíneas e juncos) com
grande biodiversidade e onde ocorre a reprodução/proteção para várias espécies.
Várias ilhas estão localizadas nesta área: entre outras, está a Ilha da Pólvora
onde está edificado o EcoMuseu; e a Ilha dos Marinheiros, a maior do Rio Grande
do Sul.
Uma caracterização preliminar do clima, vegetação, fauna,
recursos pesqueiros e de uma visão da Lagoa enquanto porta de entrada no Rio
Grande do Sul, foi feita no meu último livro “Lagoa dos Patos: história e
natureza” (Pluscom Editora, 2014), com fotografias das cidades do Rio Grande e
de São Lourenço do Sul clicadas por Rejane Martins Torres.
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