A Alemanha era um centro de referência na formação de comerciantes que atuavam na cidade do Rio Grande. Mais um, dos vários exemplos possíveis desta prática, é o comerciante Joaquim Martins Garcia que nasceu em Rio Grande em 1852 e que atuava no ramo de artigos navais. Garcia, com vinte anos de idade, foi trabalhar em Hamburgo, onde permaneceu por sete anos aprendendo às lides comerciais num dos mais avançados centros mercantis da Europa.
Voltou a Rio Grande em 1879 e fundou a casa de razão social Joaquim Martins Garcia. O estabelecimento atuava na rua Riachuelo n. 72 e 73, junto ao Porto Velho. Operava com a importação e venda de carvão, ferro em barras, ferragens, tintas, lubrificantes, materiais para oficinas, estradas de ferro, fundições, artigos sanitários etc. Os produtos importados eram oriundos da França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. As vendas estavam voltadas a Rio Grande e cidades do interior do Rio Grande do Sul, sendo uma das maiores importadoras de carvão do Estado.
Garcia também atuou como corretor de câmbios, agente das Loterias Federais e Companhias de Seguro. Desde 1887 desempenhou o cargo de Cônsul dos Países Baixos, o que lhe valeu a condecoração de comendador. Também atuou como agente do “Comite des Assureurs Maritimes de Paris”. Em 1912 foi eleito conselheiro municipal da Intendência do Rio Grande.
Comerciantes de destaque apresentavam uma multifacetada atuação social nesta época: além do comércio atuavam em consulados, na administração municipal e em clubes sociais. O que demonstra que a atuação mercantil ligada à exportação e importação era um fator fundamental para dar transparência pública e projeção local/internacional do estabelecimento comercial em que atuavam estes empresários.
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