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Carta de Saúde expedida em 12 de novembro de 1851 pelo Dr. José do Pontes França, formado em Medicina pela Escola do Rio de Janeiro, Provedor da Inspeção de Saúde do Porto do Rio Grande do Sul. Ou seja, o Porto da cidade do Rio Grande.
Observa-se o Brasão Imperial e o selo marca d´água (no lado esquerdo inferior). No verso, com data de 13 de novembro de 1851, está o carimbo com a assinatura do Vice-Cônsul da República Oriental do Uruguai.
O documento se refere a Escuna Aurora de bandeira sueca que tinha por destino o porto de Montevidéu
Carta de Saúde era um documento obrigatório para a circulação de embarcações entre portos estrangeiros. O objetivo era que passageiros/tripulantes não difundissem doenças contagiosas: "pela Misericórdia Divina esta cidade se acha livre de peste, ou outra qualquer moléstia contagiosa contra as quais se tomam todas as medidas prescritas pelo regulamento, poderá ser admitido, e ter livre pratica aonde se apresentar (...)".
Quando ainda não existia o transporte por aviões, a circulação de mercadorias e passageiros era, essencialmente, realizada por embarcações. Daí o cuidado em vistoriar as pessoas a bordo que poderiam estar trazendo doenças como o cólera morbus. Poucos anos depois, em 1855, o cólera que circulou da Índia para a Europa, desembarcou no Brasil e foi se difundindo de porto em porto até chegar a Rio Grande. Daqui, navegou pela Lagoa dos Patos e Mirim alcançando a maior parte da Província do Rio Grande do Sul. Dez por cento da população de Porto Alegre morreu de cólera. Os navios também foram fator de difusão da peste bubônica no final do século XIX e, da Gripe Espanhola, em 1918.
E o Porto do Rio Grande teve um papel essencial nesta tentativa de barrar a entrada de patógenos epidêmicos através da Inspeção de Saúde portuária. Falhas na quarenta e erros na verificação da doença que se manifestava nas embarcações, por vezes, permitiu a contaminação dos moradores e da rápida reprodução do patógeno para cidades vizinhas. É o caso da Gripe Espanhola que foi considerada "benigna" e os passageiros puderam circular pela cidade.
Este tema é totalmente oportuno no presente. O coronavírus deixou um impacto brutal nas sociedades. Com as mudanças climáticas e a intensa circulação aérea, a mutação e difusão de organismos patógenos precisa ser monitorada rigorosamente.



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