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| Fotografias: Luiz Henrique Torres. Cassino, 30-04-2025, 16h. |
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| Fotografias: Luiz Henrique Torres. Cassino, 30-04-2025, 16h. |
Como se não quisesse que sua memória fosse esquecida, muitos vestígios da Grande Enchente de 2024 apareceram na praia do Cassino no aniversário de um ano do evento sinistro.
Nos últimos dias, as ressacas na praia do Cassino provocaram o aparecimento de lama na linha de praia. Porém, hoje, 30 de abril de 2025, uma extensão da praia nas proximidade do monumento de Iemanjá, estava tomada por restos de vegetação, madeira, muitos ossos de animais marinhos etc.
Este foi um cenário que observei muitas vezes na praia, a partir de maio de 2024, com a chegada da vegetação e madeira transportada pelo intenso fluxo vindo pela Lagoa dos Patos e descarregado no Oceano Atlântico na altura da Barra do Rio Grande. Na época, era muita vegetação verde e galhos arrancados das margens da Lagoa dos Patos e outras origens ainda mais distantes que formaram uma pluma de detritos.
Hipoteticamente, parte deste material pode ter se depositado a algumas centenas de metros ou alguns quilômetros da beira da praia. Camadas de areia foram cobrindo estes objetos/sedimentos. As ressacas dos últimos dias conseguiram remover as camadas superficiais e trouxeram para a linha de praia estes testemunhos da grande enchente.
Foi uma sensação estranha caminhar entre estes vestígios/testemunhos de momentos de muita tensão e medo quando as águas começaram a transbordar em Rio Grande e avançar por ruas e residências.
Galhos e madeiras trabalhadas pela água por quase um ano parecem ter recibo um polimento (trabalho das ondas e areia) e envelheceram. Mas tudo parecia repleto de uma substância chamada estranhamento: a natureza distópica de todo este material depositado na areia parecia trazer a assinatura humana, demasiadamente humana.





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