Almanak Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1912. https://hemeroteca-pdf.bn.gov.br/829447/per829447_1912_00024.pdf |
Conforme o Diario do Rio Grande do dia 15 de setembro de 1909, na manhã do dia 14, um operário fazia escavações em terrenos próximos a Estação Marítima, portanto, na continuidade do Porto Velho do Rio Grande tendo nas proximidades a Rua Barroso.
Este operário, Carlos Oliveira, bateu com a picareta numa bala de artilharia Krupp (empresa alemã) que estava enterrada no solo. Ocorreu a explosão e um estilhaço atingiu o rosto de Carlos que ficou muito ferido.
O que um projétil para canhões Krupp estava fazendo ali?
O periódico traz uma hipótese plausível para eventos ocorridos 15 anos antes. Em 1894, durante a Revolta da Armada, uma frota naval comandada pelo Almirante Custódio de Mello, posicionou-se nas águas mais profundas em São José do Norte e exigiu a rendição das tropas em Rio Grande. A cidade se converteu numa praça militarizada ocorrendo resistência e o bombardeio da área central a partir dos navios de guerra comandados por Custódio de Mello.
Linha de canhões das forças legalistas foram instalados no Mercado Público e em outras áreas da cidade. Possivelmente, junto a Estação Marítima, foi edificada uma defesa com artilharia. Outra hipótese é que equipamento militar tenha chegado por trem pela Linha Rio Grande-Bagé com armamento de outras guarnições republicanas. Bagé e Pelotas (com guarnições), contribuíram com tropas e efetivos para a resistência em Rio Grande.
No meio do caos daqueles dias, um destes projéteis ficou enterrado na areia? Em local em que foram edificadas trincheiras? Sabe-se que a construção de trincheiras de defesa foi um método difundido em vários pontos da cidade. O motivo é que chegou a ocorrer uma tentativa de invasão por terra na altura do Parque.
Ou seja, há variáveis de investigação que possam levar a explicação histórica deste evento trágico.