Porto do Rio Grande em 1908

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domingo, 9 de junho de 2024

RENASCER DO LARANJAL

Uma das áreas muito atingidas pela Grande Enchente de 2024 foi o Laranjal. O avanço da Lagoa dos Patos deixou uma lâmina de água cobrindo grande parte dos balneários e da área urbana durante semanas na maior enchente da história do Laranjal (em 1941, o balneário ainda não existia...). 

Estive neste domingo para observar o recuo das água e o início do renascer do Laranjal. Os prejuízos residenciais são vultosos e na estrutura da praia ocorreram muitos danos. O primeiro olhar é de tristeza com móveis e objetos lançados na frente das casas para recolhimento. Objetos destruídos pela ação da água são inumeráveis. A vegetação submersa parece "queimada" e a lama da lagoa se espalha pelas ruas e pátios. Muito trabalho é feito pelos moradores para limpeza e retomada da vida cotidiana antes da enchente. Junto a Avenida desperta a atenção o dique de proteção da Lagoa edificado com areia. Lembra uma linha planificada de dunas em que surge a pergunta: o que há de tão perigoso do outro lado? 

Ao mesmo tempo subi na duna de areia artificial para fazer e pensei que ela poderá ser útil para cobrir o excesso de lama que desfigurou a praia. Foi apenas um pensamento... 

Historicamente, desde 1890, há registros das confraternizações e veraneios realizados por moradores de Pelotas no Balneário Vila Sequeira/Cassino. Festas, carnaval, atividades esportivas, literárias, veraneios... Está registrado nos jornais esta interação saudável quase sempre realizada com o viagens pelo trem. 

Assim como os Pelotenses tem uma carinho pelo Cassino a recíproca é verdadeira em relação ao Laranjal no tempo presente. Ao lado das imagens ainda tristes de hoje, ficou a nítida noção da reconstrução deste espaço tão especial de Pelotas. Muito gente passeava pela avenida, estava nos restaurantes (que precisam reabrir para repor perdas e evitar desemprego) e curtia o dia de sol nesse estranho dia de verão em junho. Assim como está acontecendo em tantas regiões do Rio Grande do Sul, e também na cidade do Rio Grande, o desejo é de força, superação e acreditar que dias melhores retornarão. 

Fotografias: Luiz Henrique Torres. 


Vista panorâmica da praia. 


Trabalhos para evitar alagamento e bombeamento da água acumulada. 

Campo de futebol na areia. 

Na rede do gol é possível observar (parte mais escura) o nível que a água estabilizou. 

Fotografia junto a duna. 

 A linha de proteção frente ao um repique das águas. 

Muito sedimento da Lagoa dos Patos foi lançado ao longo da orla. 

A estranha imagem da duna artificial: onde foi parar a Lagoa?
Muitos danos na área do trapiche que foi arrastado pelas águas. 


Os passos estão retornando a areia seca, onde a pouco, a água estava cobrindo.


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