Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

quinta-feira, 13 de junho de 2024

REFERENCIAIS DO APOCALÍPSE

 

Campo de petróleo em Baku, Rússia, 1916. https://www.flickr.com/photos/44841559@N03/8574097059/in/photostream/

Campo de petróleo no mar, sul da Califórnia (EUA), 1916, https://www.flickr.com/photos/44841559@N03/8574097059/in/photostream/

Campo de petróleo em chamas, Texas (EUA), 1916. https://www.flickr.com/photos/44841559@N03/8574097059/in/photostream/

Estes cartões colecionáveis que vinham gratuitamente nos cigarros Wills's mostram alguns cenários dos primórdios de um dos referenciais do apocalipse: a indústria petrolífera. 

Este é o ano de 1916 e o consumo do petróleo ainda era pequeno frente a indústria do carvão. Com o surgimento das montadoras de automóveis e maquinários com combustíveis derivados do petróleo, o cenário começará a mudar. Porém, algo não se modifica: a origem é a queima de combustível fóssil que liberam dióxido de carbono e outros gases com efeito estufa. Estas emissões, além de outros fatores, são os maiores responsáveis pelo aquecimento global e pelas mudanças climáticas. 

Em 1920 a fabricação mundial de petróleo era de 400 mil barris por dia. Em 2017 a produção mundial era de 97 milhões de barris por dia. Ou seja, a produção aumentou 242 vezes. 

O Brasil avança para se tornar, nos próximos anos, o quarto maior produtor mundial de petróleo. O novo pré-sal brasileiro é uma vasta região que vai da costa marítima do Rio Grande do Norte a costa do Amapá. Abrange da foz do Oiapoque abrangendo as bacias hidrográficas do rio Amazonas. 

Se acharmos patética as cenas de 1916 elas não devem ser tão criticadas pois as consequências ainda eram desconhecidas. Hoje, com as pesquisas científicas já realizadas, temos conhecimento dos efeitos da queima de combustíveis fósseis para o equilíbrio da temperatura do planeta. Inclusive, há uma concordância entre a maioria dos países de buscar uma política de emissão zero. Significa o reconhecimento do malefício destas emissões. 

Daí, soa como patético a estratégia de ampliar as áreas de exploração e de produção até o aproveitamento máximo dos estoques no subsolo. É um raciocínio que exige uma reflexão: como deter o aquecimento global com este tipo de ação? Ressalte-se que não é uma política específica do Brasil a crescente produção de petróleo e gás. 

Mas, é difícil não esconder a perplexidade em observar um cenário apocalíptico. Pode ser efeito do tratamento de choque sofrido no Rio Grande do Sul com a Grande Enchente de 2024? Talvez, mas são vários lugares do planeta que estão tendo eventos extremos. E a temperatura de 2023 foi a mais alta já registrada. E assim tem sido nos últimos anos. Um pouco destes resultados não terão relação (pelo menos parcial) com as imagens reproduzidas nos cards? 

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