Porto do Rio Grande em 1908

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domingo, 23 de junho de 2024

ILHA DA MADEIRA

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 Card da Chocolaterie D'Aiguebelle editado no ano de 1910. 

A Ilha da Madeira é a principal do Arquipélago da Madeira localizado no Oceano Atlântico a sudoeste da Costa de Portugal. A formação geológica é vulcânica. A capital é a cidade de Funchal. 

A Ilha foi colonizada por portugueses a partir de 1425 e a maior parte da população é de origem lusitana. A população atual é de 250 mil habitantes. 

Problemas ligados a monocultura (cana-de-açúcar e vinho) dependente do mercado externo e o grande crescimento demográfico, exerceram uma pressão pela emigração que se tornou um mecanismo "tradicional" e recorrente entre os moradores. Imigração foi realizada com destinos ao Brasil, Argentina, Guiana Britânica, Antilhas Holandesas, Havaí, Austrália, França, Nova York, África do Sul etc.

Esta trajetória é tão marcante que se utiliza o termo "Diáspora Madeirense". 

Em 1747, o rei de Portugal D. João V mandou recrutar casais para povoamento da Ilha de Santa Catarina. A crise econômica e alimentar levou a busca de encontrar novos espaços para o desenvolvimento da agricultura, da pesca e do pequeno comércio.  

Pelo Porto de Funchal milhares de madeirenses vieram para o Brasil e, apenas no período de 1886 a 1899, 14 mil chegaram a São Paulo atraídos pelo trabalho ligado a cafeicultura. 

Reproduzo a seguir o texto publicado na página da Região Autónoma da Madeira (https://ccmm.madeira.gov.pt/index.php/emigracao/historial-da-emigracao) que trata da imigração para o Brasil:

"A emigração madeirense para o Brasil processa-se ao longo de cerca de 500 anos de vagas migratórias. Existiram grandes saídas nos séculos XVII e XVIII e igualmente em finais do século XIX e durante a 1ª metade do século XX.
A ligação da Madeira àquele continente é, provavelmente, anterior à descoberta oficial. Muito possivelmente, teriam partido da Madeira, em inícios ou meados de 1493, as primeiras caravelas que exploraram e demarcaram a localização do território brasileiro, para incorporá-lo na área afecta à coroa portuguesa, definida no Tratado de Tordesilhas, assinado no ano seguinte de 1494.
A Madeira serviu também como modelo para a colonização do Brasil, baseado nas capitanias hereditárias e nas sesmarias.
Já em 1525, Antão de Leme, natural da Madeira, tinha sido o Primeiro Juíz Ordinário de Santa Catarina, segundo nos dá conta Mota de Vasconcelos, em a Epopeia do Emigrante Madeirense"
Nos inícios da segunda metade do século XVI, seguiram para o Brasil vários elementos ligados à cultura açucareira e, nos anos seguintes, indivíduos nascidos na Madeira continuavam a integrar a nova câmara da cidade de Salvador da Baía, registando-se igualmente a presença de madeirenses na área de São Vicente e de Santos. A partir dos meados e finais do século XVI, o Brasil foi o principal destino da emigração madeirense, situação que se manteve até muito recentemente.
A construção do Brasil, a partir do século XVI, fez-se por força da intervenção das gentes do reino, mas também das ilhas. Nos séculos XVI e XVII, a maior intervenção foi de madeirenses, enquanto que no século XVIII, nota-se a dominância de gentes de origem açoriana, para nas centúrias seguintes termos uma distribuição variada.
Nos séculos XVII e XVIII, milhares de famílias partiram para as colónias.
O Brasil apresentava-se como uma terra de enormes oportunidades para os portugueses, sem os perigos que tinham de enfrentar noutras regiões do mundo, atraídos pela exploração do açúcar, do tabaco e, mais tarde, do ouro e pedras preciosas.
Os fluxos migratórios eram suscitados pelas necessidades de mão-de-obra em inúmeras actividades, em especial as relacionadas com o comércio, a indústria, mas também as plantações de café e de algodão. Os emigrantes europeus, incluindo os madeirenses, foram substituindo esta mão-de-obra.
Com a implantação da República em Portugal, a vaga de emigrantes rumo ao Brasil continuou, mas em menor número.
Durante a longa permanência madeirense em terras de Vera Cruz, muitos foram os clubes, associações e missões criadas, sobretudo nas principais cidades costeiras brasileiras, mantendo-se vivo, ainda hoje, um património humano e cultural assinalável".

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