Porto do Rio Grande em 1908

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sexta-feira, 21 de junho de 2024

GOETHE E AS ANGÚSTIAS DO PRESENTE

 

Cardão alemão de 1901 que acompanhou os cigarros Ogden's. https://www.flickr.com/photos/44841559@N03/5131637928/in/photostream/

Johann Wolfgang von Goethe é considerado o mais importante escritor alemão. 

Ele cultuava a estética da antiguidade clássica e o retorno do ser humano a natureza. Viveu num período de grandes conflitos entre as revoluções burguesas e a decadência das aristocracias e monarquias absolutistas. Um período de forte nacionalismo e militarismo, especialmente, entre França e Inglaterra. 

O crescimento industrial e urbano, o avanço das técnicas, começa a mudar o perfil civilizatório frente ao avanço do domínio do planeta entre o final do século XVIII e as primeiras décadas do século XIX. Os limites da revolução e do conservadorismo, os avanços do liberalismos econômico e as contradições do liberalismo político, trazem um período de instabilidade e perda de referenciais na arte de viver a vida cotidiana. Os princípios de moralidade vão sendo atropelados frente ao crescimento da acumulação capitalista e os receios do papel da ciência na modelagem do mundo. 

Temas como limites da ciência e o lugar da religião/fé se convertem em questionamento para os pensadores europeus destas primeiras décadas do século XIX. Um exemplo é Mary Shelley com Frankenstein e a crítica ao cientificismo sem princípios éticos. A desumanização poderia produzir monstros.  

Goethe é um destes pensadores, que influenciou de forma marcante o século XIX, buscando apegar-se às sensibilidades e limites do ser humano frente à uma época avassaladora em mudanças. Época em que se passa a acreditar no crescente domínio da natureza através da técnica e da razão instrumental. 

Nos escritos de autores como Goethe se sente a "angústia do tempo presente que os atormenta". Os resultados de processos históricos ocorridos nestes dois últimos séculos, estamos, no presente, colhendo as folhas maduras destas angústias.  

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