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Estou contribuindo para divulgar a publicação realizada na noite do dia 8 de maio pelo "BOLETIM DE ACOMPANHAMENTO DO FENÔMENO CLIMÁTICO EXTREMO NO ESTADO DO RS".
Foram produzidos vários Mapas com as áreas da cidade que poderão ser alagadas com a projeção do nível que águas poderão alcançar. O patamar de referência é o 1941+40, ou seja, 40 cm acima da elevação ocorrida em 1941. Ficou mais fácil visualizar para cada área e rua da cidade, a hipotética elevação da água. É um material com ótimo visual elaborado pela equipe de profissionais da Furg que estão trabalhando na análise do possível impacto deste evento extremo.
Conforme o Boletim: "Para buscar o mapa de sua região, observe os números no Índice de Imagens e procure o mapa referente ao Cenário de Inundação da sua região de interesse. Em todos os mapas regionais, a escala de profundidade da lâmina d’água, apresentada em intervalos de 25 cm, aumenta do azul para o magenta, até um limite de 1,75m. As áreas em magenta, vermelho, laranja e verde são as áreas mais críticas. Recomenda-se, fortemente, que as pessoas tomem as precauções necessárias para segurança pessoal e patrimonial, especialmente aquelas pessoas que residem nas áreas críticas ou próximo delas".
Desde as primeiras postagens, e ao longo de mais de uma década lecionando História do Município do Rio Grande e História do Rio Grande do Sul, argumento com os acadêmicos que o Lago Guaíba é uma referência para pensar o Estuário da Lagoa dos Patos e que as cotas alcançadas na Grande Enchente de 1941 no Guaíba é um indicador essencial para o impacto ocorrido em Rio Grande naquele ano. Certamente, o Guaíba é o principal, mas, não é o único fator, pois o vento, a velocidade de vazão para o Oceano, o represamento da vazão da lagoa (direção dos ventos pressionando as vagas do Oceano contra a Barra), o excesso de chuvas na Lagoa Mirim (além de enchentes no Rio Jaguarão e no Rio Piratini), enchentes no Rio Jaguarão e chuvas na Lagoa dos Patos, o assoreamento da Lagoa, a cota de altitude das edificações urbanas, os sistemas de proteção contra cheias (como os diques) entre outros fatores, podem provocar uma enchente de grandes proporções. A "tempestade perfeita" é quando vários fatores se tornam propiciadores de um resultado. E insisto que o "mater" é o nível mais alto já alcançado (nos registros históricos) pelo Guaíba que foi de 5,30cm.
Na documentação que já li, que recua de forma mais sistemática, a partir de 1737, não encontrei referências a uma enchente em dimensões superiores ao impacto provocado no ano de 1941. A Grande Enchente de 2024 é algo novo e que vai se tornar um novo paradigma para pensar a climatologia. Infelizmente, os rio-grandenses, serão um ponto de inflexão mundial nas discussões sobre o clima. Percebe-se isto pela cobertura internacional que está sendo dada pelos veículos de comunicação. Falar na necessidade de reconstrução de um Estado (cerca de 80% dos municípios tiveram pesados danos) é algo absurdamente patético. Alguns municípios foram completamente devastados como se tivessem sido bombardeados como é o caso de Cruzeiro do Sul, Roca Sales, Muçum, Eldorado do Sul, Sinimbu e a lista é mais longa. Muito terá de ser repensado.
É uma reflexão que faço na véspera do preço que será cobrado em Pelotas e em Rio Grande pela Grande Enchente de 2024. Tenhamos muita força para enfrentar as próximas semanas.
Recomendo aos leitores olharem os mapas com a possível elevação da Lagoa dos Patos. É importante para protegerem documentos e objetos considerados essenciais, removerem ou elevarem móveis e objetos em geral frente a uma invasão das águas na residência. Especialmente, ficarem em alerta e se retirarem das áreas de maior risco onde às águas poderão subir até mais de um metro.
O material que propicia um olhar visual sobre os efeitos da elevação pode ser baixo no endereço:
https://www.furg.br/noticias/noticias-institucional/furg-divulga-mapas-de-possivel-impacto-para-17-regioes-da-cidade
Recomendo uma observação atenta dos Mapas de maior interesse pelos moradores da cidade do Rio Grande. Um exemplo está abaixo:
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