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"Carrera de caballos" é uma das cenas captadas pictograficamente por Emeric Essex Vidal no entorno de Buenos Aires entre 1817-1820.
O gado foi o fator de legitimação da ocupação europeia espanhola e lusitana no pampa platino. O gado em pé ou para tração de carroças, a utilização do couro ou manufaturado como charque, portanto, o gado, foi o fundamento econômico viabilizador do povoamento.
Já o cavalo foi o meio essencial para os deslocamentos civis e para a logística da guerra. Um exemplo é um soldado Dragão do Rio Grande, que necessitava de três cavalos em suas atividades de deslocamento entre o forte português de São Miguel (atual Chui, no Uruguai) e as fortificações existentes na Vila do Rio Grande. Para garantir um estoque de cavalos, foram criadas, em 1738, as duas primeiras estatais do Rio Grande do Sul: a Estância Real do Bojuru e a Estância Real da Torotama, com o objetivo de preservar cavalos, gado e mulas frente às necessidades nos conflitos bélicos luso-espanhol. No caso do gado, uma parte também foi utilizada para alimentação dos moradores e soldados da referida Vila.
O cenário reproduzido por Vidal foi comum na Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul: a carreira de cavalos ou a cancha reta. A profissionalização desta prática, foi se constituindo ao longo do tempo na forma do Turfe. O primeiro Clube de Corridas do Brasil foi fundado no Rio de Janeiro em 1847 e o seu primevo presidente foi o Duque de Caxias. Ao longo das décadas seguintes, o Turfe assumiu uma posição de destaque lúdico-financeiro, que perdurou até a década de 1950 quando iniciou o declínio.
Em Vidal observamos a corrida primitiva que era realizada com a mínima estrutura e que ainda não tinha os requintes da capitalização das apostas que virou uma moda compulsiva e que levou à falência muitos apostadores.
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