Porto do Rio Grande em 1908

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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

SAINT-HILAIRE E AS MISSÕES

 

Missão Jesuítica-Guarani de São João Batista. Acervo: IPHAN. 

O naturalista francês Auguste Saint-Hilaire visitou as ruínas missioneiras e manteve contato com a população de índios guaranis remanescentes. 

Era o ano de 1820 e a derrocada das Missões Jesuítico-Guaranis ocorreu a partir de 1756. A intervenção dos exércitos espanhol e português iniciaram o abandono dos aldeamentos indígenas. Em 1759 e 1767, os jesuítas foram expulsos e administradores militares ou civis passaram a controlar os povoados. Corrupção das autoridades e exploração dos guaranis, conflitos militares luso-espanhol, invasão de caudilhos recrutando índios para as guerras, desagregação tribal... Inúmeros fatores levaram ao quadro de decadência visto e descrito por Saint-Hilaire em 1820, no seu livro Viagem ao Rio Grande do Sul do Sul

O naturalista recorria a fazer muitos questionamentos para compreender aquilo que estava observando ou buscar os motivações para as ruínas e ter restado quase que apenas homens e mulheres guaranis idosos ou crianças. 

Neste exercício de história oral, o francês escutou o que os guaranis pensavam ou escutam do seu passado missioneiro que havia acabado a meio século:

"Cumpre notar que não resta, em toda a Província das Missões, nenhuma inscrição ou epitáfio que lembre os jesuítas. Todos os monumentos desse gênero foram, provavelmente, destruídos pelos espanhóis no propósito de fazer com que os índios se esquecessem desses padres.

Entre os índios, vi apenas uma mulher que viveu sob o governo dos jesuítas, e ela pronuncia o nome de jesuítas com profundo respeito; porém muitos guaranis se lembram de haver ouvido seus pais ou avós falar deles, dizendo que, quando esses religiosos administravam a região, foi o tempo da felicidade".

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