https://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_cartografia/cart249865/cart249865.jpg |
Os projetos almejavam ligar Rio Grande até Uruguaiana, Santa Maria e Porto Alegre. As estradas eram inexistentes ou muito precárias para a passagem de carroças e diligências. Estradas de rodagem era um exercício de futurismo para depois da invenção dos automóveis. O trem era a total modernidade da interligação dos espaços distantes em que inexistia a possibilidade do transporte lacustre. A realidade das cidades e povoados daquela época era o isolamento geográfico.
A seguir se observa o planejamento da estrada de ferro ligando Rio Grande a Cacequi.
Neste recorte temos a obra realizada entre o final de 1881 até o final de 1884. A almejada ligação entre Rio Grande (Porto que permitia o escoamento da produção na esfera nacional e internacional), Pelotas (produção charqueadora) e Bagé (produção pecuária). Localidades vão nascendo e prosperando onde surgiam as estações, como é o caso da Estação da Quinta, da Estação Maria Gomes, da Estação Piratini (Pedro Osório e Cerrito). Além do acesso a Candiota e seu fornecimento de carvão utilizado pelas embarcações e indústrias.
A Carta ferroviária é um espetacular objeto para ser investigado: a escolha das rotas, o surgimento de novos povoados, a relevância econômica para a realização das obras, os interesses do capital envolvido e suas perspectivação de reprodução, o impacto causado no meio rural e em populações tradicionais, as modificações ecológicas provocadas, a interligação entre culturas e economias, a geração de novos empregos e perspectivas de crescimento urbano, as preocupações com uma invasão estrangeira com a infraestrutura ferroviária etc. São tantas questões a serem analisadas possibilitando que uma representação cartográfica se converta em pesquisas que buscam esclarecer as historicidades.
Nenhum comentário:
Postar um comentário