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O Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul para 1903 publicou um anúncio de uma empresa de destaque na cidade do Rio Grande dos primórdios do século XX: o Moinho Rio-Grandense de Albino & C.
Era uma fábrica à vapor de farinha de trigo. A dependência da compra de trigo da Argentina pelo Brasil, realidade da época, se mantém até o presente. A expectativa no início de 2023 é o Brasil colher entre 8,4 a 11 milhões de toneladas de trigo. Porém, o consumo é de 12,75 milhões de toneladas exigindo comprar o que falta no exterior. A Argentina tem sido o principal parceiro secular no fornecimento do trigo, uma cultura que depende de clima temperado (Subtropical nos estados do Sul do Brasil) o que inviabiliza a autossuficiência brasileira (maior parte do país tem um clima Tropical).
Interessante observar que a empresa de Albino Cunha, fundada em 1894, dependia amplamente do trigo argentino e se instalou nas proximidades do Porto do Rio Grande para o recebimento deste produto por modal marítimo. No grande moinho construído na Rua Dr. Pio era moído o trigo, embalado e distribuído em parte do Rio Grande do Sul. No Censo de 1907 aparece como a trigésima terceira empresa brasileira em valor de produção. Em 1916, em Porto Alegre, surgiu uma filial do Moinho Rio-Grandense.
Diferentes marcas, referentes as características de moagem e qualidade do produto, marcaram época no Rio Grande do Sul: Flor Extra, Primor, Eclipse, Coqueiro, Centeirina (farinha de centeio?), Rolão, Farelo Fino e Farelo.
Ainda faz parte do anúncio a conclamação aos Agricultores que compravam qualquer quantidade de trigo após examinada a qualidade das amostras. Também orientavam sobre o plantio de trigo e forneciam sementes. Ou seja, a Albino & C, buscou fomentar o cultura do trigo no Rio Grande do Sul.
Guia Bemporat para 1908. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
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