Lobo de Ansbach em gravura alemã de 1685. |
Na Bavária, em Ansbach, ocorreu um dos episódios mais marcantes na trajetória dos relatos de licantropia.
Dos contos de homens que afirmavam ser capazes de se transformar em lobos, chegamos ao que parece, em retrospectiva, ter sido um lobo de verdade. Este lobo começou a atacar um grande número de gado que pastava nos campos o que chamou a atenção dos pastores. A seguir lançou suas investidas as crianças e as mulheres. Número desconhecido de pessoas foram atacadas gerando um pânico entre os moradores ou visitantes desta região. Um tema diferenciado que lembra vampirismo veio a tona: o burgomestre, famoso por ser cruel e impiedoso em sua administração, falecera a pouco tempo e foi associado os atos do lobo com o seu suposto retorno da sepultura na condição de lobisomem. Temos um caso em que um burgomestre falecido acaba sendo associado aos cruéis ataques de um licantropo.
Multidões com o apoio de muitos cães de caça passaram a percorrer os campos e bosques numa busca frenética pelo lobisomem. Encurralado por cães o lobo caiu num poço onde ficou preso. Foi morto a pancadas e armas de metal, porém, não retornou a forma humana do suposto burgomestre e permaneceu com a aparência de um lobisomem.
O cadáver do lobo foi levado triunfalmente pela multidão que desfilou pela região para mostrar a vitória sobre o predador que atemorizou a todos. O focinho do animal foi cortado, foi colocado roupas, peruca e barba para que parecesse o odiado burgomestre.
Finalizando a teatralidade incorporada coletivamente o lobo ficou pendurado na forca para servir de exemplos aos malfeitores, um tratamento que era comum para os assassinos humanos. Este é um caso no mínimo bizarro ocorrido no ano de 1685.
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