Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 6 de junho de 2023

AS NOIVAS DE DRÁCULA

 

Capa do livro. 

No ano de 2022 escrevi este livro no desejo de revisitar memórias cinematográficas. Trata-se de As Noivas de Drácula um filme da Hammer de 1960 e que assisti na TV em 1979. Depois deste primeiro filme com a temática de vampiros seguiram-se mais de uma centena de outros deste gênero. 


O objetivo foi analisar a película com a experiência de quatro décadas de acúmulo de informações sobre o vampirismo e o gótico. Foi um pretexto para voltar as memórias do passado e refletir sobre as trajetórias intelectuais e existenciais. 

Também foi escrito para ser mais um produto acadêmico para ser trabalhado nas aulas de História e Terror do Curso de História da FURG.

As Noivas de Drácula. Yvonne Monlaur e Martita Hunt. Hammer Filmes. 

O livro ficou esquecido no computador e agora estou disponibilizando para quem deseja uma experiência com o cinema vampírico a partir de uma perspectiva metodologicamente diferenciada.  

Link para acesso: https://drive.google.com/file/d/1xqFZxkbk6kuuXomkRmn8HKgg-gpw1d0L/view?usp=drive_link


Reproduzo a seguir as considerações finais do livro

Conseguimos fazer um tour pelo filme As Noivas de Drácula. Foi possível observar nítidos elementos góticos presentes: castelo, escadarias, fossos, objetos antigos, ar aristocrático decadente, candelabros, portas misteriosas, jovem temerosa mais impetuosa em seus atos, cemitérios, cruzes, cenários espectrais etc. O filme é um ótimo exemplo da qualidade estética do gótico colorido da Hammer. 

As Noivas de Drácula. Ator Peter Cushing com Van Helsing. Hammer Filmes. 

Elementos narrativos utilizados pelo estúdio, como a luta entre o bem e o mal, estão claramente expressos nesta película. 


O filme gerou outros produtos culturais para uma análise: cartazes, posters, uma graphic novel e poderíamos ampliar para as inúmeras matérias em revistas que divulgaram/comentaram o filme.


Em especial, fica o registro desta abordagem metodológica que transformou a imagem em movimento em congelamentos da imagem para se realizar a leitura de momentos significativos do filme. Paralisar o movimento permite observar o cenário, os objetos, os detalhes fugidios, os erros de continuidade, as incoerências, os excessos e as faltas. 


Foi um exercício analítico de fotonovela que pode ser qualificado e cuja metodologia pode ser sistematizada propiciando incursões mais complexas. O fascínio do passado tem um sabor impagável. A falta de referenciais críticos desprende a alma para o reflexo puro do impacto visual que preenche os sentidos. O que marca a passagem do tempo mental são as experiências que se situam entre o céu e o inferno.


A neblina vai dissipando os distantes passos que ficaram décadas em dormência. Aquele sabor de excitação da descoberta lúdica de um imaginário repleto de fantasias está em algum lugar do passado. 


No presente reside nosso espectro que é um acúmulo de experiências e de saberes. Hoje somos o somatório de fragmentos do acontecido.


As Noivas de Drácula continua a mesma película lançada em 1960 (que guardará os seus segredos mais íntimos) e que assisti em 1979 (num certo momento existencial permeado por limites cognitivos nas leituras de mundo). O que muda é como nós vemos/sentimos os objetos do passado: em outros ângulos e interpretações; outras experiências e acúmulos de saberes; diferenciadas imaturidades e senilidades cerebrais. Nossa transitoriedade não permite a fixação eterna de um sonho de uma noite de verão. Nem de uma noite gótica num castelo na Transilvânia.

As Noivas de Drácula. Yvonne Monlaur. Hammer Filmes. 

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