Boate Kiss. https://www.correiobraziliense.com.br |
Era a manhã do dia 27 de janeiro de 2013! Pateticamente observei o noticiário da televisão com cenas da tragédia provocada por um incêndio durante a madrugada na Boate Kiss em Santa Maria.
O choque que senti no presente se confundiu com imagens que tinham ficado em meu inconsciente e que afloraram subitamente: entre 1973-1986 residi em Santa Maria e, possivelmente, em 1978 (memória aproximada) tive um pesadelo que o tempo não havia esvanecido. Mesmo tendo transcorrido 35 anos...
Era uma noite, em 1978, extremamente quente de verão e eu acordei subitamente encharcado de suor e sentindo pavor. No pesadelo ocorreu um incêndio de grandes proporções num edifício da Avenida Rio Branco e os corpos de inúmeras vítimas (pareciam centenas) eram colocados no meio da rua para identificação. A sensação era asfixiante e opressora que me deixou alguns dias com dificuldade de esquecer aquelas imagens.
Acredito que o calor perturbador de Santa Maria deve ter induzido estas visões terríveis daquela noite as quais foram reavivadas quando me defrontei com a tragédia relatada nas cenas da televisão.
Em 2013, não era um incêndio num edifício e sim numa arapuca em formato de boate. E o local da tragédia ficava na rua dos Andradas quase na esquina com a Avenida Rio Branco. O local do sonho era muito próximo ao local da realidade! Para não dizer que a poucos metros do local do pesadelo.
O fato é que dez anos se passaram e constato que a realidade pode ser muito mais terrível que o pior dos pesadelos. No cotidiano do existir as imagens são mais vívidas e a impunidade opressora.
Uma matéria publicada pela Metsul assinala os dez anos do incêndio na Boate Kiss. Com sensibilidade defende o não apagamento desta memória. Convido os leitores para fazerem a leitura no endereço:
https://metsul.com/jamais-esquecer-2/
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