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Relatório Município do Rio Grande (1948). Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Quando surgiu e em que local foi realizada a primeira feira livre em Rio Grande?
O historiador Cledenir Vergara Mendonça esclarece esta questão em "Os Caminhos do Mundo Rural: engenheiro agrônomo
Roberto de Campos Duhá e a cultura das oliveiras em Rio
Grande ".
O livro pode ser acessado no link: https://repositorio.furg.br/bitstream/handle/123456789/10564/Os%20caminhos%20do%20mundo%20rural.pdf?sequence=1
Conforme Cledenir:
"A evolução histórica das feiras livres convencionais, no município do Rio Grande, surgiu num período no qual o sistema de produção, baseado em insumos químicos, era ainda incipiente. Foi precedido pela implantação da revolução verde e dos seus grandes desdobramentos. As feiras organizadas pelo município, até meados dos anos 40, funcionavam em três locais designados pela Prefeitura: Feiras na Praça Tamandaré, Praça Conselheiro Saraiva e Praça da Bandeira. Não havia, até aquele momento, o entendimento do espaço público da rua para a realização das feiras livres. Era, através de regramento nos espaços monitorados, o uso autorizado de comercialização somente na praça, algo como um recanto de proteção e cuidados com a população ao acesso de produtos de agricultores do município.
A primeira feira livre de Rua, no município do Rio Grande, foi realizada em agosto de 1948, nas proximidades do canalete da Rua Major Carlos Pinto com a Avenida Portugal. Mais adiante, já nos anos 50, a feira sai da Praça Tamandaré e passa a ser na Rua General Vitorino, quase em frente ao Hospital Beneficência Portuguesa.
Nesse momento, a Diretoria de Agricultura, criada em 4 de junho de 1948,com seu titular, o Engenheiro Agrônomo Roberto Duhá, incorpora uma mudança de perfil nas feiras livres. A rua, a dinâmica de circular, espaço de sociabilidades e o controle sanitário, compõem um novo significado das feiras dentro de uma sociologia econômica. Naquele momento ainda gestava a distribuição alimentar que operava em cadeias longas, como nos tempos atuais, diminuindo a autonomia dos agricultores e um distanciamento na relação produtor/consumidor".
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