Triunfo da Morte, Pieter Bruegel, 1562. Acervo: Museu del Prado (Wikipedia). |
Matéria de hoje da Metsul trouxe uma temática que interessa aos historiadores (e a toda humanidade...): uma abrupta Pequena Era do Gelo.
Sei... a questão atual é aquecimento e não resfriamento, porém, os dois casos são se extrema gravidade.
O título da matéria é "Vulcões, Peste, Miséria e Inverno Sem Fim: 536, o pior ano para estar vivo". A íntegra pode ser lida no seguinte endereço: https://metsul.com/vulcoes-peste-miseria-e-inverno-sem-fim-536-o-pior-ano-para-estar-vivo/
No ano de 536 ocorreu um inverno vulcânico que atingiu gravemente o Hemisfério Norte. Um ou mais vulcões ejetaram grandes quantidades de aerossóis na atmosfera provocando a redução da radiação solar e resfriando a superfície do planeta por vários anos. Registros de Constantinopla se referem ao longo período de céu escuro e temperaturas baixas que levaram a perda das colheitas, fome, confrontos militares, milhões de mortes e, no ano de 541, se desencadeou a Peste de Justiniano (peste bubônica) que ceifou até um terço da população do Império Romano do Oriente.
O historiador bizantino Procópio deixou um registro do que ele presenciou naquele período: "pois o sol deu sua luz sem brilho, como a lua, durante todo este ano, e parecia muito com o sol em eclipse, pois os raios que emitia não eram claros nem como está acostumado a derramar. E desde o momento em que isso aconteceu, os homens não estavam livres da guerra, nem da peste, nem de qualquer outra coisa que levasse à morte".
Esta experiência histórica de um bloqueio dos raios solares através do vulcanismo deve (no passado) e pode (no futuro) se repetir ao longo de milhares de anos. Porém, não o inverno vulcânico e, sim, o inverno nuclear é uma situação muito mais aflitiva e real frente a atual conjuntura mundial ligada a Guerra na Ucrânia. O conhecimento histórico evidenciou os impactos devastadores de um resfriamento parcial ou total do planeta durante alguns anos. O saber histórico já registrou inúmeras experiências devastadoras a serem evitadas pela humanidade. Que o ano de 536 (e os seguintes desta Pequena Era do Gelo) fiquem restritos ao passado longínquo.
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