Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 23 de agosto de 2022

CONAN DOYLE E A MÚMIA

Capa da edição de 1906. In: https://www.arthur-conan-doyle.com/index.php?title=File:Sep-1906-vol21.jpg

As narrativas de Arthur Conan Doyle são repletas de detalhes e por vezes pistas para construir cenários materiais e psíquicos. Esta passagem introdutória do conto "Lote 249" de 1892, investiga acontecimentos relacionados a múmia egípcia. Mistério, suspense e pitadas de terror eram características dos escritos do autor.   


"Em uma certa ala do que chamaremos de Old College em Oxford há uma torre de esquina de uma idade muito grande. O pesado arco que atravessa a porta aberta dobrou-se no centro sob o peso de seus anos, e os blocos de pedra cinzentos, manchados de líquen, estão amarrados e tricotados com juncos e fios de hera, como se a velha mãe tivesse pôs-se a prepará-los contra o vento e as intempéries. Da porta, uma escada de pedra se curva para cima em espiral, passando por dois patamares e terminando em um terceiro, seus degraus todos informes e ocos pelos passos de tantas gerações de buscadores do conhecimento. A vida desceu como água por esta escada em caracol e, como água, deixou para trás esses sulcos lisos e desgastados. Desde os eruditos pedantes e vestidos de longa data dos dias de Plantageneta até os sangues jovens de uma idade posterior, como tinha sido plena e forte aquela maré da jovem vida inglesa. E o que restava agora de todas essas esperanças, esses esforços, essas energias ardentes, exceto aqui e ali em algum cemitério do velho mundo alguns arranhões em uma pedra e talvez um punhado de poeira em um caixão em decomposição? No entanto, ali estavam a escada silenciosa e a velha parede cinzenta, com curvas e saltires e muitos outros emblemas heráldicos ainda a serem lidos em sua superfície, como sombras grotescas lançadas de volta dos dias que haviam passado".

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