RIO GRANDE EM 1922

Cartão-postal da Rua Marechal Floriano proximidades da Duque de Caxias. Cerca de 1920.
Acervo: Luiz Henrique Torres.

Como era a cidade do Rio Grande em 1922?

Algumas informações quantitativas e factuais possibilitam uma primeira aproximação com um século no passado.

A fonte de pesquisa foi o livro de Fortunato Pimentel, Aspectos do Município do Rio Grande (1944).

Vejamos alguns dados de 1922:

A população de Rio Grande era de 53.607 habitantes.

Passageiros de bonde: 2.208.073

Em 15 de novembro é inaugurada a Linha de bondes Matadouro. A distância até o centro e a localidade do Bosque ficou mais curta.

Inaugurado o Hipódromo Independência. 

Existiam 7.000 prédios (casas, sobrados) registrados na prefeitura.

Fornecimento de gás residencial havia sido encerrado e os consumidores de energia elétrica eram 2.593.

Criada a Diretoria de Obras e Saneamento ficando responsável pela administração de parques e jardins.

Em 7 de setembro ocorreu a inauguração das obras municipais de abastecimento de água e serviços de esgoto.

Instituições de ensino: Colégio Lemos Junior; Liceu Salesiano; Conservatório de Música (instalado em 1 de abril de 1922); Escola Industrial Elementar; Escola Juvenal Muller; Ginásio São Francisco; Colégio Elementar Bibiano de Almeida; Colégio Joana D’Arc; Colégio Alemão etc.

Festas comemorativas ao Centenário da Independência do Brasil: festas escolares; exposição municipal promovida pela Sociedade U.C. dos Varegistas; missa campal na Igreja da Conceição; lançamento da pedra fundamental do Ginásio Lemos Junior; sessão cívica realizada pelo Tiro de Guerra n°1; recepção à Embaixada do México e aos cadetes que vieram participar das comemorações da Independência; iluminação da fachada de edifícios etc.

Jornais da cidade: Rio Grande (1913); O Tempo (1906); Eco do Sul (1858); O Corimbo (1890).

A Biblioteca Rio-Grandense, fundada em 1846, é a mais antiga do Rio Grande do Sul. Em 1922 o seu acervo era de 47 mil volumes. Também havia as seguintes bibliotecas: Sociedade Polonesa Águia Branca (fundada em 1896); Sociedade Portuguesa de Beneficência (1859); Sociedade Espírita Luz Beneficiente (1909); Clube Saca-Rolhas (1878); Biblioteca da União Operária (1895).

Em 1922 havia 1.717 proprietários rurais em Rio Grande com 300 mil hectares de área declarada.

Os principais produtos da produção agrícola eram: cebola, milho e feijão. Na fruticultura se destacava o cultivo da uva e a produção de vinho na Ilha dos Marinheiros.

Haviam 130.000 bovinos, 18.000 equinos, 2.500 muares, 14.000 suínos, 72.000 ovinos e 1.100 caprinos.

O frigorífico Swift abateu 24.539 bois. Em 1930 foram 94.709 bois.

Uma Companhia de Aprendizes Marinheiros (com respectiva Escola) foi criada em Rio Grande em 1861. Encerrou suas atividades em setembro de 1922.

Grandes indústrias que atuavam na cidade: Charutos Poock (desde 1891); Companhia União Fabril (sucessora de Rheingantz & Cia); Leal, Santos S.A. (1889); Fábrica de Conservas de Cunha Amaral; Frigorífico Swift (1918); Fábrica Ítalo-Brasileira (1894); Fábrica de Calçados Llopart & Cia; Companhia de Conservas Rio-Grandense; Moinho Rio-Grandense de Albino Cunha etc.

Casas comerciais e de importação/exportação: Bromberg; Corrêa Leite & Cia; Drogaria Franco Brasileira; Alvaro de Castro e Silva; Carl Engelhardt; Menditeguy & Cia; Rache, Leite & Cia; Oscar Ritter; Joaquim Martins Garcia etc.

O número de automóveis em Rio Grande neste ano não foi obtido. Porém, era muito diminuto, pois, em 1940, havia apenas 327 automóveis particulares e 52 de aluguel (táxis) registrados na cidade.

Em 1922 foi inaugurado o Cine-Teatro Carlos Gomes nas proximidades do Sete de Setembro, no atual Calçadão.