Porto do Rio Grande em 1908

Porto do Rio Grande em 1908

sábado, 18 de setembro de 2021

O PAMPA E OS FARROUPILHAS

Aquarela de Jean Pallière. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. 

 

Na "Semana Farroupilha" esta imagem tem muito a dizer da formação histórica do Rio Grande do Sul. 

Um primeiro alerta: aqui é um curral de doma de cavalos na Argentina e não no RS. 

É uma aquarela do artista Jean Pallière que trabalhou no Brasil e se radicou em Buenos Aires. A imagem mostra uma observação de Pallière de uma cena cotidiana da década de 1850. 

Bem poderia ser o Rio Grande do Sul, pois, o pampa Rio-Grandense, Uruguaio e Argentino legaram uma formação cultural voltada a pecuária, a estância e as vivências campeiras. 

A continuidade fiisiográfica do pampa legou traços culturais de aproximações e de economias concorrenciais e também complementares (fronteira de circulação de mercadorias e de constituição de parentescos). 

A economia concorrencial se expressou na Revolução Farroupilha que teve uma de suas principais motivações econômicas no ingresso no Brasil do charque uruguaio por preços mais baixos do que o charque Rio-Grandense. Os farroupilhas queriam uma política protecionista para a economia regional, fixando taxas maiores de importação do charque platino. Porém, os senhores de escravos ligados a economia cafeeira do eixo Rio-São Paulo e os senhores de escravos do nordeste (especialmente, Bahia e Pernambuco) desejavam comprar um charque barato para alimentar os seus escravos. A ausência de avanços foi um dos fatores que levou ao movimento revolucionário. 

Voltando a aquarela de Pallière, ela é pura expressão do pampa que transcende as nacionalidades.  

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