Aquarela de Jean Pallière. Acervo: Biblioteca Rio-Grandense. |
Na "Semana Farroupilha" esta imagem tem muito a dizer da formação histórica do Rio Grande do Sul.
Um primeiro alerta: aqui é um curral de doma de cavalos na Argentina e não no RS.
É uma aquarela do artista Jean Pallière que trabalhou no Brasil e se radicou em Buenos Aires. A imagem mostra uma observação de Pallière de uma cena cotidiana da década de 1850.
Bem poderia ser o Rio Grande do Sul, pois, o pampa Rio-Grandense, Uruguaio e Argentino legaram uma formação cultural voltada a pecuária, a estância e as vivências campeiras.
A continuidade fiisiográfica do pampa legou traços culturais de aproximações e de economias concorrenciais e também complementares (fronteira de circulação de mercadorias e de constituição de parentescos).
A economia concorrencial se expressou na Revolução Farroupilha que teve uma de suas principais motivações econômicas no ingresso no Brasil do charque uruguaio por preços mais baixos do que o charque Rio-Grandense. Os farroupilhas queriam uma política protecionista para a economia regional, fixando taxas maiores de importação do charque platino. Porém, os senhores de escravos ligados a economia cafeeira do eixo Rio-São Paulo e os senhores de escravos do nordeste (especialmente, Bahia e Pernambuco) desejavam comprar um charque barato para alimentar os seus escravos. A ausência de avanços foi um dos fatores que levou ao movimento revolucionário.
Voltando a aquarela de Pallière, ela é pura expressão do pampa que transcende as nacionalidades.
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