Porto do Rio Grande em 1908

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terça-feira, 10 de agosto de 2021

RUMO A TÂNIS

 

Boneco colecionável Hasbro e cenário de Assassins Creed Origins da UNISOFT (2017).
Acervo: Luiz Henrique Torres. 

Enquanto isto em Gizé, um motoqueiro pergunta:

-Estou procurando um arqueólogo americano, o prof. Henry Jones. Alguém o viu? 

 ه ده    حفر  عند  صان الحجر

-Ótimo, ele está escavando em Tânis. 

O motoqueiro que está passando pela necrópole de Gizé é Mutt, filho de Indiana Jones. Com a informação recebida na língua árabe egípcio, ele segue viagem para o Cairo, distante 30 quilômetros. Da capital do Egito ele seguirá para as ruínas de Tânis, há 160 quilômetros de distância, localizada no nordeste do delta do Nilo. 

Tânis foi a sede das dinastias dos reis Hebreus e ficava próxima aos portos do litoral asiático. Foi fundada entre os séculos XI-X a. C.  Com base nesta importância religiosa para os semitas se desenvolveu um imaginário milenar de ser um local com peças culturais de imensa relevância. Lendas que persistiram em oralidades e registros históricos sugerem que este poderia ser um dos locais onde estaria enterrada a Arca da Aliança, onde foram depositados os dez mandamentos recebidos por Moisés de Deus. 

Esta é a trama central do filme Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark-1981). 

Um diálogo marcante do filme foi o encontro de Jones com o arqueólogo francês Beloc: "nós, humanos, passamos pela História, mas, a Arca, é a própria História".  

     Mas o que o Mutt está fazendo no primeiro filme da série Indiana Jones se ele só apareceu no número 4 O Reino da Caveira de Cristal de 2008.

É fácil explicar: o jovem motoqueiro participou do filme que remetia ao contexto da Guerra Fria em 1957 (O Reino da Caveira...) e vai invadir as escavações em Tânis em 1936 (Caçadores da Arca...)  quando nem havia nascido (só nasceu 50 anos depois em 1986). Mas como fez o filme de 2008 que se passava em 1957 se o ator só nasceu em 1986? E como estava com uma moto Harley-Davidson dos anos 1950 próximo as pirâmides e ao Rio Nilo no ano 49 a. C. no cenário do Assassins Creed Origins?  

Agradeçamos a criatividade ficcional que permite fazer movimentos entre o passado e o futuro. As liberdades poéticas em divagar entre a realidade e a ficção num exercício lúdico, porém, repleto de veracidades históricas e irrealidades fantásticas. 

Boneco colecionável Hasbro e cenário de Assassins Creed Origins da UNISOFT (2017).
Acervo: Luiz Henrique Torres. 

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